Dundo - O ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, anunciou, esta sexta-feira, que o Presidente da República, João Lourenço, autorizou a liquidação da dívida de dois anos, com o empreiteiro das obras de ampliação da barragem do Luachimo.
A dívida, da empreitada avaliada em 212 milhões de dólares norte-americanos - financiada por uma linha de crédito da China, ronda os USD 37 milhões.
Em declarações à imprensa, o ministro avançou que foi orientado a resolver tal situação, num trabalho conjunto com o Ministério das Finanças, nos próximos dois meses, para que o projecto tenha a sua conclusão no primeiro semestre de 2022.
As obras em curso, desde 2018, vão elevar de 8,4 para 34 megawatts (MW) a capacidade energética fornecida pela infra-estrutura, tornando a província da Lunda Norte a mais iluminada da região Leste do país.
O projecto apresenta uma execução física na ordem dos 72 por cento, com previsão de ensaios de duas das quatro turbinas ainda este ano.
A barragem vai gerar uma potência (34 megawatts) superior à necessidade local, ou seja, deverá restar cerca de 50 por cento da energia produzida como reserva.
A entrada em funcionamento desse projecto energético, que contará com uma central composta por quatro grupos geradores de 8.5 megawatts cada, num total de 34, vai permitir a expansão de energia na cidade do Dundo e nos municípios de Cambulo e Lucapa, incluindo as localidades de Fucauma, Cassanguidi, Luxilo e Calonda.
Para além das ligações domiciliares, que na primeira fase vão beneficiar mais de nove mil famílias, o projecto prevê cerca de 30 ligações industriais.
João Borges anunciou, igualmente, que o Presidente da República orientou que se acelere os estudos e/ou os processos de implementação de centrais fotovoltaicas nas sedes municipais da província da Lunda Norte, com vista a se reduzir os gastos com os combustíveis, uma vez que nove dos dez municípios dependem de grupos geradores.
Disse que foi igualmente orientado a concluir os estudos de viabilidade do projecto energético “Vuca”, ao longo do rio Cuango, que prevê a construção de uma hidro-eléctricas com 100 megawatts, para fornecer energia nos municípios do Cuango, Cuilo, Caungula, Xá-muteba, Lubalo e Capenda Camulemba.
Actualmente, 17 950 clientes, dos quais 13 250 no sistema pós-pago e 4 700 pré-pago, beneficiam de energia eléctrica da rede pública no município de Chitato, através de uma central térmica com 30 megawatts, enquanto os nove municípios do interior são abastecidos com grupos geradores, o que resulta em benefício para cerca de dez mil famílias.