Lobito - Funcionários do Porto Comercial do Lobito, localizado na província de Benguela, foram, este sábado, capacitados sobre métodos de gestão da infra-estrutura, agora na qualidade de Senhorio, por técnicos do seu congénere português de Sines, soube a ANGOP.
A acção formativa enquadra-se no protocolo de cooperação e de troca de experiências entre os dois portos, visando a modernização e eficiência da infra-estrutura angolana.
Em declarações à imprensa, a responsável do Porto de Sines para a área de gestão de concessão, Fernanda Albino, informou que falou sobre o seu modelo de gestão e, particularmente, sobre os contratos de concessão de serviço público.
Referindo-se sobre a relação existente entre o concedente e o concessionáriio, defendeu que o contraro deve ser vantajoso para ambos.
"Num negócio só se ganha se as duas partes tiverem interesse, mas não basta assinar o contrato. A experiência que trago para o Porto do Lobito é a nossa preocupação em fazer o melhor contrato de prestação de serviço, sempre que possível", esclareceu.
Para Fernanda Albino, há 34 anos filiada ao Porto de Sines, o melhor contrato é aquele que tem como cláusula tudo aquilo que é permitido ao concessionário fazer e o que compete ao concedente, em termos de responsabilidade.
Por outro lado, a sua compatriota, Ana Rita, responsável pela comunicação e cooperação internacional, há 25 anos, disse que o objectivo é dar a conhecer informações sobre o Porto de Sines, como está posicionado no mercado, assim como as suas principais características e a sua história.
Afirmou que a troca de experiências com o Porto do Lobito está a ser muito enriquecedora para ambos partes.
Questionada sobre a competitividade daquele porto português, disse que se afirma cada vez mais na Europa, principalmente em termos de carga contentorizada.
"O ano passado movimentou 43 milhões de toneladas em todo o segmento, com a carga contentorizada a registar os 1,7 milhões de TEU", pontualizou.
Segundo ela, foi um ano de algum avanço em termos de movimento de carga e, para 2024, as previsões apontam para um aumento significativo.
"Este ano esperamos ultrapassar os dois milhões de TEU", afirmou confiante.
Durante o seminário, funcionários do Porto do Lobito e outros agentes da comunidade portuária apresentaram questões relativas à segurança, servicos de emigração, concorrência, ente outros assuntos prontamente respondidas pelas duas responsáveis portuguesas.
Na sua breve intervenção, o Presidente do Conselho de Administração do Porto do Lobito, Celso Rosas, confirmou que o Porto de Sines tem tido "excelentes resultados, razão pela qual foi escolhido para buscar experiências.
"No mercado, hoje muita coisa já foi feita", afirmou o PCA, acrescentado que "aqueles que, como nós, estão numa fase embrionária e têm vindo a se converter em Porto Senhorio, têm de fazer bem as coisas".
"Somos um Porto aberto ao mundo há 96 anos e é importante que a nossa actividade seja reconhecida por todos pela sua qualidade", justificou.
Celso Rosas informou que é nesta perspectiva que o seu Conselho de Administração tem investido muito na formação dos seus quadros. TC/CRB
