Luanda – Pelo menos 26 lotes continuam a espera de empresários interessados a investir no segmento de lapidação de diamantes no Pólo de Desenvolvimento Diamantífero de Saurimo, situado na província da Lunda Sul, com vista a dinamização da cadeia de valor deste sector.
De acordo com o consultor do ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Mankenda Ambroise, apesar de contar com cinco fábricas de lapidação, este pólo ainda está aberto aos investidores que pretendam instalar unidades fabris dentro desta infra-estrutura.
Inaugurado a 27 de Agosto de 2021, o Pólo de Desenvolvimento Diamantífero de Saurimo está dividido em três áreas principais: comercial, industrial e a reservada à central híbrida.
Em declarações à imprensa, à margem da 2ª edição da exposição e desfile de jóias com diamantes encastrados de Angola, realizada quinta-feira, em Luanda, o então ministro da Geologia e Minas (2008) recordou que a política de comercialização de diamantes em vigor no país permite que se venda 20% da produção aos lapidadores, mas esta meta ainda “não foi atingida”, por existir poucas fábricas de lapidação.
“O país está a produzir cerca de nove milhões de quilates/ano, sendo a maior parte desta produção exportada de forma bruta. Portanto, será uma grande vitória para Angola, caso tenha a capacidade de lapidar os 20% da sua extracção local”, destacou.
Na ocasião, o também ex-coordenador do Processo Kimberley anunciou ainda para breve a abertura da Bolsa de Diamantes de Angola, com objectivo de se comercializar com transparência e coerência os diamantes brutos do país.
Por outro lado, Mankenda Ambroise considerou de extrema importância a exposição de jóias, por permitir promover a cultura de uso de joalheiras com diamantes produzidos em Angola.
Denominada “Valentine’s Diamond Show” (VDS), a exposição e desfile de jóias com diamantes encastrados visa incentivar os angolanos a serem os primeiros a usufruírem os benefícios da “pedra preciosa” abundante em Angola, segundo o director-geral da Bumbar Mining, Sebastião Panzo, promotor do evento.
Para este responsável, os cidadãos podem aproveitar os benefícios do diamante de duas formas: como uma reserva financeira (guardar em forma de poupança) e adereço (uso de especiarias feitos com diamante nacional).
Por seu turno, a directora comercial da Pedra Rubra (fábrica de jóias e lapidação de diamantes), Helga Milagre, considerou o evento como forma de mostrar a capacidade industrial e tecnológica que o país possui para transformação dos recursos minerais, através de matérias-primas locais.
Com uma capacidade para produzir até 500 peças/mês, entre colares, pulseiras, anéis de noivado e alianças feitos com diamante e ouro nacional, a responsável apontou a expansão desta iniciativa a nível nacional e internacional como um dos desafios da sua empresa, nos próximos tempos.
Criada em 2012, em Luanda, a Pedra Rubra foi a única joalharia que marcou presença na 2ª edição da exposição e desfile de jóias com diamantes, que serviu para promover os seus produtos e “prender” a atenção dos convidados ao evento.
Numa noite colorida de diamante e ouro, os participantes também tiveram a oportunidade de assistir um desfile de manequins, que exibiram jóias de diamantes encastrados e vestes “banhadas” de ouro.
O Valentine’s Diamond Show, enquadrado no Dia dos Namorados, celebrado a 14 de Fevereiro, é uma exposição e desfile anual de jóias de diamantes destinado a casais, que celebram a progressão de Angola na exploração da cadeia de valor da indústria diamantífera.
A iniciativa da Bumba Mining tem como objectivo promover e viver na prática os benefícios da progressão de Angola na cadeia de valor da indústria diamantífera, assim como servir de plataforma de amostras pelas joalharias angolanas.QCB/AC