Luanda - O governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José de Lima Massano, afirmou, sexta-feira, que as políticas monetárias implementadas, nos últimos tempos, permitiram a estabilização da taxa de inflação no país.
Segundo o responsável, que falava no programa Grande Entrevista da Tv Zimbo, após Angola ter passado por momentos de picos inflacionários altíssimos, sem o conjunto de reformas efectuadas pelo banco central, a situação estaria descontrolada.
Com o conjunto de medidas de natureza monetária que o BNA também vem adotando, prevê-se, para o próximo ano de 2023, uma inflação mais baixa, ou seja, a nível da variação de preços, haverá continuidade, mas em níveis mais baixos.
"Em 2020, o BNA entrou com um conjunto de medidas de alívio da actvidade económica, colocando uma linha de 100 mil milhões de kwanzas para compra de títulos públicos em posse de empresas do sector não financeiro", disse.
Segundo José de Lima Massano, o Banco Central colocou, de igual modo, outra linha de 200 mil milhões de kwanzas para a liquidez adicional à banca.
No mesmo período, acrescentou o gestor público, concedeu-se moratórias para reembolso de crédito aos bancos comerciais, em dois momentos, num total e período de nove meses.
Explicou que em relação às taxas de juro, o BNA, em 2020, apesar das variações dos preços, entendeu manter inalterada a taxa básica de juro de 20%, até hoje, uma taxa considerada negativa por estar abaixo da de inflação.
"(.....) Sim. Nós acreditamos que temos um conjunto de indicadores. O exercício começou nos finais de 2017, e nesta altura tínhamos um mercado cambial totalmente desestruturado", disse.
Portanto, referiu, o caminho que a economia angolana vem seguindo, nos últimos 4 anos, continua mostrando sinais de recuperação.
Acrescentou que um dos resultados destas reformas é a maior sustentabilidade da moeda, tendo sido possível ter uma reserva monetária capaz de cobrir cerca de 11 meses de importação de bens e serviços.
"O que significa, assim em uma leitura pouco cuidada, que se não tivermos petróleo nos próximos 12 meses teremos cambiais para continuarmos a manter a relação com o exterior na dimensão que continuamos a fazer até aqui", explicou.