Mbanza Kongo – A camuflagem de recipientes plásticos de 25 e 200 litros no interior de camiões carregados com areia passou a ser um dos métodos que os contrabandistas de combustível na província do Zaire estão a utilizar para transportar gasolina e gasóleo com destino à RDC.
O novo “modus operandi” de contrabando de derivados de petróleo, envolvendo camiões basculantes que transportam areia a partir do município do Nzeto, a 230 quilómetros da cidade de Mbanza Kongo, foram descobertos, no domingo, pela Polícia Nacional na província do Zaire, com apreensão de oito viaturas carregadas de 75 mil litros de combustíveis que tinham como destino a República Democrática do Congo (RDC).
De acordo com o porta-voz do Comando Provincial do Zaire da Polícia Nacional, intendente Luís Bernardo, que falava esta segunda-feira, à imprensa, após a apresentação do produto e dos meios apreendidos, os camionistas adquirem o combustível, presumivelmente, nos postos de abastecimento da vila do Nzeto para depois encherem os camiões com areia, para tentar ludibriar as forças policiais destacadas ao longo da Estrada Nacional 210.
Explicou que durante a operação, que contou com o envolvimento de distintos órgãos do Ministério do Interior na região, foram apreendidas oito viaturas, sendo três camiões basculantes carregados de areia com vários bidões de combustível no seu interior, um camião cisterna de 35 mil litros de gasolina, duas viaturas ligeiras carregadas com mais de 40 bidões cada e um camião de caixa fixa.
Com os meios, a Polícia Nacional deteve oito supostos contrabandistas, entre cidadãos nacionais e estrangeiros da RDC, que nos próximos dias serão presentes ao Ministério Público.
A ANGOP apurou que um recipiente de 25 litros de gasolina adquirido ao preço de 7.500 kwanzas no território nacional é comercializado no mercado negro da RDC no valor de 23 mil kwanzas.
Governador apela ao combate cerrado
O governador do Zaire, Adriano Mendes de Carvalho, exortou a Polícia Nacional no sentido de redobrar a vigilância, para um combate cerrado ao contrabando de combustível para a RDC.
Conforme o governador, o combate aos crimes transfronteiriços, com realce para o contrabando de combustível exige envolvimento de todos por forma a mitigar esse fenómeno que tem repercussões negativas à economia nacional.
“Temos que fazer um trabalho conjunto, cumprindo a lei à risca. Nada adianta apresentarmos hoje um resultado positivo e amanhã voltarmos a cair na mediocridade”, acentuou.
De acordo com Adriano Mendes de Carvalho, uma das consequências do contrabando é a escassez de combustível nos postos de abastecimento da cidade e a consequente subida da corrida de mototáxi.
O governador falava aos jornalistas após constatar, na manhã desta segunda-feira, na unidade de Departamento de Investigação de Ilícitos Penais (DIIP), o combustível e os camiões apreendidos pela Polícia Nacional, na região. DA/JL