Dundo - Empresários brasileiros, bolivianos e mexicanos pretendem, a partir do primeiro trimestre de 2024, investir cerca de 15 milhões de dólares na produção de milho, feijão e arroz no município do Lóvua, província da Lunda Norte, no quadro do Plano Nacional de Fomento da Produção de Grãos (PLANAGRÃO).
A pretensão foi manifestada esta quinta-feira, no Dundo, pelo coordenador do grupo de empresários dos três países, Marcos Macorão, no final do encontro com o vice-governador para os Serviços Técnicos e infra-estruturas da Lunda Norte, Domingos Dala.
De acordo com Marcos Macorão, na primeira fase, prevê-se um projecto piloto numa área de 15 a 20 mil hectares no Lóvua.
Acrescentou que os empresários têm todas as condições financeiras e técnicas criadas, aguardando apenas processos administrativos por parte do Governo para começarem a dar os primeiros passos e a partir de Janeiro dar início do projecto piloto.
Apelou às autoridades no sentido de acelerarem o processo administrativo, tendo em vista o cronograma dos investidores.
O vice-governador reiterou que a província tem condições criadas para o início do PLANAGRÃO e assegurou que os processos administrativos, relactivos a cedência de terra, será célere.
Na província da Lunda Norte foram identificados 500 mil hectares nos municípios do Lóvua e Cambulo para a implementação do PLANAGRÃO.
Com o Plano Nacional de Fomento da Produção de Grãos (PLANAGRÃO), avaliado em 2.8 biliões de kwanzas, pretende-se o aumento da produção do arroz, milho, trigo, soja e outros cereais para mais de seis milhões de toneladas até ao ano de 2027, contra as três milhões e 26.140 produzidas em 2021.
O Plano tem como foco as províncias da Lunda Norte, Lunda Sul, Moxico e Cuando Cubango, embora as restantes províncias também entrem na conta.
Será financiado pelo Estado, através do Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA) e o Fundo Activo de Capital de Risco Angolano (FACRA) e desenvolvido pelo sector privado.
O PLANAGRÃO prevê um investimento médio anual de cerca de 670 milhões de dólares para a produção de cereais e cerca de 471 milhões de dólares para a construção de infra-estruturas de apoio ao sector produtivo e social.
O objectivo final PLANAGRÃO é contribuir para a soberania alimentar e nutricional do país, devendo ser criado um conjunto de medidas que passam, também, pela criação de infra-estruturas.
O Executivo prevê investir, num período de cinco anos, o valor de 1.17 mil milhões de kwanzas em infra-estruturas, que incluem a demarcação de dois milhões de hectares, loteamento e vias de acesso para as zonas de produção. HD