Luanda – O Produto Interno Bruto (PIB) de Angola, calculado pela óptica da despesa, cresceu 2,6 por cento no I trimestre de 2022, representando um aumento de 0,2 pontos percentuais em relação ao quarto trimestre de 2021 (2,4%), segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).
De concreto, o PIB trimestral em análise, publicado pela primeira vez pelo INE, representa a soma entre as despesas do consumo final das famílias, do Governo, investimentos, assim como a diferença entre exportações líquidas e importações.
Com isso, o INE indica que as despesas de consumo final das famílias registaram uma taxa interanual de 5%, menos sete pontos percentuais do que no trimestre anterior.
Por outro lado, as despesas de consumo final das Administrações Públicas abrandaram 14,2 pontos, apresentando uma variação interanual de 4,4%, enquanto os gastos com consumo final aumentaram 6,4%, em relação ao mesmo período.
A propósito, o economista José Lumbo afirmou que a ligeira subida do PIB no I trimestre deste ano ilustra um crescimento positivo de tudo quanto se produziu em termos de bens e serviços, facto que contribuiu no aumento de valores monetários.
Apesar disso, o especialista em Mercado de Capitais e Finanças Públicas sublinhou que o crescimento do Produto Interno Bruto no período em referência “não se reflecte no aumento da qualidade de vida do cidadão angolano”, porque a renda manteve-se inalterada.
Em declarações à ANGOP, o economista sugeriu a necessidade de se trabalhar no sentido de fazer crescer o PIB em pelo menos mais de dois dígitos ou na média da Região Austral, em particular, para que tenha impacto na economia real e na vida dos cidadãos.
Para isso, apontou o financiamento célere, transparente e favorável do sector bancário ao sector empresarial como factor chave para manter o crescimento positivo e forte da economia nacional, no médio e longo prazo.
“Está na altura de deixarmos de rezar que exista sempre choques externos para favorecer a nossa economia, tal como ocorre neste momento com o aumento do preço do barril de petróleo, mas devemos pensar em reformas estruturais e forte para desenvolver a nossa economia”, alertou.
Adicionalmente, sugeriu ao novo Governo, a ser formado pelo Presidente da República, nos próximos dias, a criação de medidas de curto e médio prazo que garantem a mobilidade fluida de pessoas e bens em todo território nacional, assim como prestar a atenção especial na classe empresarial.
Apontou, igualmente, a criação de melhores condições de habitabilidade e empregabilidade no interior do país, o investimento no sector da Educação, Tecnologia e Ensino Superior como outros desafios que poderão acelerar o crescimento económico de Angola.