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Petrolíferas angolanas ganham primeira sociedade de investimento

     Economia              
  • Luanda • Quarta, 27 Março de 2024 | 23h46
Plataforma petrolífera (Foto Ilustração)
Plataforma petrolífera (Foto Ilustração)
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Luanda – As empresas que operam em Angola, com destaque para as petrolíferas e mineiras, passam a contar, a partir desta quarta-feira, com o apoio financeiro da Sociedade de Investimento de Capital de Risco (Petrofund), que tem disponível 250 milhões de dólares norte-americanos para o efeito.

Trata-se da primeira sociedade privada de investimento para o sector dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, inaugurado hoje, em Luanda, com vista ao reforço da capacidade financeira das empresas nacionais e estrangeiras, bem como assegurar a sustentabilidade do conteúdo local, segundo o presidente do Conselho de Administração da Petrofund, Vicente Inácio.    

Em declarações à imprensa, a propósito do lançamento dessa instituição, o gestor sublinhou que o respectivo investimento vai ser feito de forma progressiva, com aquisição de até 30% das acções das empresas, que serão geridas pelo Petrofund num período que varia entre cinco e sete anos.

Findo esse período, clarificou, a sociedade poderá vender as respectivas participações aos accionistas fundadores ou fazer a dispersão do capital junto da Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA).

“A Petrofund vai trabalhar com as empresas prestadoras de serviços do sector petrolífero e extração mineral, apoiando financeiramente estes operadores para ganharem o mercado”, sustentou.

As empresas interessadas ao financiamento da instituição devem acessar o website www.petrofund.ao, para fazer o cadastramento e ser analisada o processo de cada candidatura.

Na ocasião, o PCA avançou ainda que as operadoras petrolíferas têm como meta investir um total de cerca de 54 biliões de dólares, no período 2023 a 2026.

Para além das empresas do sector petrolífero e mineiro, Vicente Inácio assegurou que a Petrofund vai também financiar empresas de outras áreas, visando à dinamização da diversificação económica.

A propósito do lançamento da Petrofund, o vice-presidente da Associação de Empresas Contratadas da Indústria Petrolífera em Angola (AECIPA), Manuel de Deus, considerou o surgimento da sociedade de investimento como uma boa oportunidade para às operadoras do conteúdo local que realmente necessitam de apoios financeiros para desenvolver as suas actividades.

Para o empresário, o lançamento da Petrofund constitui um passo significativo e de extrema importância para alavancar as empresas nacionais.

“As empresas da AECIPA, que controla mais de 140 operadores no sector de serviços da indústria petrolífera, ainda enfrentam muitas dificuldades para obtenção de financiamento do sector bancário e de outras instituições financeiras, facto que poderá ser minimizado com o surgimento do referido fundo”, destacou.

De concreto, apontou o surgimento da Petrofund como uma janela de oportunidade para reforçar o capital, melhorar a governança e gestão das empresas.

Na mesma senda, a presidente da Associação de Empresas Autoctónes (ASSEA) do sector petrolífero, Berta Issa, considera a Sociedade de Investimento de Capital de Risco como uma “lufada de ar fresco” para a indústria de petróleo e gás, que precisa de robustez financeira.

Segundo a empresária, a banca nacional “não tem produtos orientados para o sector petrolífero, facto que dificulta a tesouraria das empresas.

Apontou, igualmente, a falta de acesso às divisas para aquisição de bens como outra dificuldade as empresas angolanas enfrentam. Estas condicionantes, apontou,  constituem as principais razões da participação de apenas 2% das empresas  angolanas no sector petrolífero, contra os 98% das empresas estrangeiras.

Por seu turno, o secretário de Estado para o Petróleo e Gás, José Barroso, realçou que o surgimento da sociedade representa um marco relevante para o sector, por incentivar a criação de um conteúdo local sustentável, uma meta que sempre centralizou as atenções do Governo angolano.

“A par da procura e produção do petróleo em Angola, o Governo também procurou sempre envolver os cidadãos e as empresas nacionais nos nossos programas e políticas”, sublinhou.

Já o ministro do Planeamento, Victor Guilherme, destacou a criação da Petrofund marca o nascimento de um novo segmento empresarial e sinaliza o desenvolvimento e fortalecimento do sector privado angolano, com destaque ao conteúdo local.

A Petrofund S.A. é a primeira Sociedade de Investimento de Capital de Risco (SCR) em Angola que visa apoiar as empresas que necessitam de alternativas de financiamento ao tradicional crédito bancário.

Regulado pela Comissão do Mercado de Capitais (CMC), a sociedade conta com o suporte de vários investidores nacionais e internacionais, com o objectivo de dotar o tecido empresarial angolano, em especial as empresas de prestação de serviços e fornecedoras de bens e equipamentos da Indústria de Petróleo e Gás, bem como as de extração mineral, entre outros sectores. QCB





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