Luanda - Angola exportou, no segundo trimestre de 2024, cerca de 96,84 milhões de barris de petróleo bruto avaliados em aproximadamente 8,11 mil milhões de dólares norte-americanos, o que representa um aumento de 0,56% comparativamente ao trimestre anterior.
Quanto ao período homólogo de 2023, o aumento é de 1,89%, de acordo com o secretário de Estado para o Petróleo e Gás, José Barroso, que falava, esta quarta-feira, na cerimónia de balanço das exportações de petróleo bruto e gás natural, referente ao segundo trimestre deste ano.
Em relação ao valor bruto, fez saber que se observou um aumento de 2,38% comparativamente ao primeiro trimestre do corrente ano e 12,19% em relação ao período homólogo de 2023.
No mesmo período, referiu, a China foi o principal destino das exportações com 54,83% do volume total exportado, seguido de Espanha com 8,01%, Índia com 7,84%, Canadá e a França como 4,11% e 3,71%, respectivamente.
No que concerne ao gás natural, as exportações realizadas, em igual período, totalizaram pouco mais de um milhão de toneladas métricas, das quais 82,45% representa o Gás Natural Liquefeito e Líquido (LNG).
De acordo com o secretário de Estado, o volume de gás natural exportado correspondeu a um valor bruto de aproximadamente 566,84 milhões de dólares norte-americanos.
Destacou que a exportação de gás representou um aumento de quase 10% comparativamente ao trimestre anterior.
Consequentemente, disse, o valor resultante da comercialização deste produto revelou-se superior em 33,73 por cento, comparado ao trimestre precedente.
Segundo José Barroso, a situação derivou do aumento dos preços do gás no mercado internacional.
“No período em referência o LNG foi exportado maioritariamente para a Ásia”, frisou.
O Brent registou, no trimestre em análise, o preço médio de 84.973 Usd por barril.
Quanto a este produto, o secretário de Estado sublinhou que, durante este período, o preço do Brent no mercado internacional teve um comportamento volátil, com tendência decrescente, influenciada por vários factores.
Apontou, como principais factores, o aumento da produção de petróleo bruto nos Estados Unidos da América (EUA) e na Federação Russa, as preocupações com o fraco crescimento da procura global que suscitaram receios de excesso de oferta, a reduzida procura pela gasolina nos EUA, fruto do aumento de “stocks”, assim como as expectativas menos optimistas de cortes nas taxas de juros pela reserva federal americana.
“Não obstante o impacto destes factores, as tensões geopolíticas no médio oriente, o conflito armado entre a Rússia e a Ucrânia, assim como a decisão da OPEP em prolongar os cortes de produção até ao final de 2025, contribuíram para que os preços se mantivessem relativamente estáveis no mercado internacional”, disse.
Sonangol e ANPG
Por sua vez, o presidente do Conselho Executivo da Unidade de Negócios da Sonangol, Luís Manuel, ao apresentar a síntese dos resultados desta e da Agência Nacional de Petróleo Gás e Biocombustíveis, referente ao trimestre em análise, indicou que o preço do petróleo bruto atingiu, em Abril de 2024, o valor máximo de 93,35 Usd por barril e, em Junho, o mínimo de 75,92 Usd, com uma média de 84,97 Usd/barril.
Referiu serem muitos os factores que influenciaram as variações como conflitos geopolíticos, a expectativa dos cortes de redução, a queda repentina do dólar americano no quadro da expansão da economia da zona euro e os contínuos conflitos armados no médio oriente.
De acordo com Luís Manuel, no mesmo período, o petróleo bruto teve como destino, a par dos países já acima indicados, os EUA (2,53%), a Itália (2,31%) e a África do Sul (2,42%), os quais adquiriram igualmente o produto no primeiro trimestre.
A estes acresce-se a Singapura e o Reino Unido com igual cifra (2,53%), bem como o Brasil (2,56%) e a Indonésia (7,78%).
Ainda no que concerne às vendas do petróleo bruto, afirmou que estas foram influenciadas, de forma positiva, pela diminuição das margens de refinação na Europa, devido o fraco consumo do sector industrial da utilização de energia e a queda de processamento.
Relativamente ao volume transaccional, informou que registaram cerca de 39 milhões de barris, com um valor bruto de três mil milhões 280 milhões 350 mil dólares.
Destes números, o volume de vendas da ANPG é de 25 milhões de barris e o da Sonangol de cerca de 14 milhões. Há um decréscimo de 317 mil barris, por parte da ANPG, e 563 barris, do lado da Sonangol.
Explicou que, comparado com os três meses anteriores, houve uma diminuição de 871 mil barris, enquanto o valor bruto das vendas decresceu 22 milhões de dólares.
Segundo a fonte, o volume médio diário das vendas esteve em cerca de 440 mil 718 barris, um incremento de cerca de 379 barris/dia em relação ao primeiro trimestre.
Por sua vez, o preço médio das vendas esteve próximo de 84 dólares por barril, o que representa um aumento de 1,25 Usd por barril comparativamente aos primeiros três meses do ano.
Já o Brent esteve a 85 dólares por barril, o que constituiu um acréscimo de cerca de 1 dólar em comparação ao período anterior. ML/VC