Luanda – A exportação de petróleo bruto de Angola, no terceiro trimestre deste ano, gerou uma receita bruta de 10,2 mil milhões de dólares norte-americanos, resultante da venda de 100,4 milhões de barris ao preço médio de 101,6 dólares por barril.
O volume exportado representa um decréscimo de 3,35 por cento comparativamente ao segundo trimestre deste ano e um aumento de 1,77% em relação ao período homólogo de 2021.
Estes dados foram apresentados hoje pelo director do Gabinete de Estudos Planeamento e Estatística do Ministério dos Recursos Minerais Petróleo e Gás. Na ocasião, o gestor explicou que a receita bruta calculada em 10,2 mil milhões de dólares não é a receita fiscal, isto é, a parte que fica com o Estado, mas também não precisou o valor dessas receitas.
Quanto ao preço das ramas angolanas e do Brent datado, durante o trimestre em análise, tiveram uma tendência decrescente e a média trimestral foi de 101,6 dólares por barril, enquanto à média do Brent datado foi de 100,8 dólares por barril.
O termo "Brent Datado" refere-se a cargas físicas de petróleo bruto no Mar do Norte, às quais foram atribuídas datas de entrega específicas. Cada carga datada de petróleo bruto é, muitas vezes, negociada mais de uma vez, à medida que é entregue às refinarias - onde o petróleo bruto é transformado em produtos como gasolina, diesel, combustível de aviação e muito mais.
Relativamente ao preço médio das ramas, verificou-se uma diminuição de 10,73% comparativamente ao segundo trimestre de 2022 e um aumento de 38,46% em relação ao período homólogo de 2021.
Influenciaram os preços, segundo o director do GEPE do Mirempet, factores positivos como as expectativas em torno dos eventuais cortes de produção dos países da OPEP+ e o abrandamento nas medidas de restrições à Covid-19 na China que aliviaram as preocupações sobre a procura.
A decisão da União Europeia em reduzir a importação de petróleo bruto russo em 90 por cento até ao final do ano, e as interrupções de produção registadas nos EUA, devido à passagem do furacão Ian que aumentou as preocupações da oferta no mercado, constituem outros factores positivos que influenciaram os preços.
Negativamente, os preços foram influenciados pelas preocupações com as novas medidas de confinamento na China, receios de uma recessão económica global que poderá afectar na procura do petróleo bruto, sobretudo nos EUA e na Europa, o regresso da produção Líbia ao mercado, a queda das expectativas de crescimento da procura mundial e a valorização do dólar americano e os altos níveis de inflação que afectaram a procura.
Exportação por companhias e principais destinos
Dos 100,4 milhões de barris de petróleo exportados, 27,11% pertence à Agencia Nacional de petróleo e Gás (ANPG) e 14,29% à Sonangol, ambas instituições nacionais. Já as companhias internacionais destacam-se a TotalEnergies com 14,43%,ESSO 8,26%, a SSI 7,46%, a BP 6,78%, a Equinor e a ENI com 6,64% e 6,63%, respectivamente, e a Cabgoc 5,55%.
Relativamente à exportações por ramas, as principais comercializadas foram a Mostrada) 11,20%), Dália (11,14%), Clov (10,74), Nemba (9,48%) e Pazflor (7,58%).
Neste domínio, o preço médio de exportação das ramas mais alto foi 107,3 dólares por barril registado na rama Olombendo, enquanto o mais baixo foi de 98,3 barril registado na rama Sangos.
Quanto aos principais destinos das exportações, destaca-se a China com 45,37%, India com 9,66%, França com 9,45, Canadá e a Espanha com 6,84 e 6,73, respectivamente.
De acordo com as características padrão crude intermédio, crude pesado e crude leve, Angola tem nove tipos de crude (ramas) cotados internacionalmente, nomeadamente Cabinda Blend, Dália, Girassol, Hungo, Kissanje Blend, Kuito, Nemba, Palanca blend e Xicomba.
Angola tem, actualmente, uma produção petrolífera estimada em 1,1 milhão de barris de petróleo por dia. As expectativas do Governo é aumentar e não permitir a queda do actual nível de produção.