Benguela - Uma pescaria especializada na captura de polvo, denominada Mormolo, com capacidade de 100 toneladas por mês, entrou em funcionamento este fim-de-semana, na zona da Caota, em Benguela.
Inaugurada recentemente pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, a unidade resulta de um investimento de treze milhões de euros.
Segundo Miguel Seabra, um dos accionistas, quarenta por cento do investimento foi garantido por capital próprio e o restante pela banca.
"Esta é uma fábrica de processamento das mais modernas a nível do país e de África, com padrões de exigência europeus", afirmou o responsável.
Miguel Seabra disse ainda que é a primeira fábrica no país certificada para exploração do polvo pela União Europeia.
O responsável informou que na última sexta-feira aconteceu a primeira exportação, de trinta toneladas de polvo, para um cliente em Portugal.
O empresário acrescentou, por outro lado, que a direcção da pescaria já começou a atender o mercado nacional, quer no segmento da restauração quer na distribuição para as grandes superfícies comerciais.
"Temos uma embarcação que também é fábrica. Sai para uma maré de vinte dias, com dois turnos, e além da captura processa, congela e embala", explicou.
A propósito, a ministra das Pescas e Recursos Marinhos, Carmen do Sacramento Neto, afirmou que o Executivo está a acompanhar a pesca do polvo, não esquecendo a biologia e a estrutura do que existe no mar.
"Angola não consome muito polvo. Esta primeira experiência indica que se pode pegar nalgumas espécies para exportação, mas é necessário garantir que fica alguma quantidade para o país", recomendou.
Em relação à pescaria Mormolo, mostrou-se regozijada, alegando que vai contribuir no apoio à economia, trazendo divisas para o país, uma vez que tem a qualificação necessária para fazer a exportação com qualidade.
Entretanto, alguns pescadores continuam a pescar o carapau que se encontra em período de veda, violando a lei neste quesito.
Sobre este assunto, a ministra respondeu que neste período dá-se um prolongamento para captura de dez a quinze por cento, mas os prevaricadores aproveitam, alegando que a quantidade subtraída corresponde ao valor estipulado.
Assegurou que estes, quando são surpreendidos pelos fiscais, são multados e o produto é confiscado.
Prometeu trabalhar para o registo de alterações na actual lei, no sentido de ser mais dura nas penalizações para desencorajar os prevaricadores e pediu a denúncia, por parte da população.TC/CRB