Pecuaristas reclamam de fraca capacidade de abate na Huíla

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  • Huíla     Sexta, 19 Abril De 2024    11h31  
Talho na Huíla
Talho na Huíla
Belarmina Paulino - ANGOP

Lubango – A Cooperativa de Criadores de Gado do Sul de Angola (CCGSA), manifestou hoje, sexta-feira, preocupação pela fraca capacidade de abate na Huíla, por falta de um matadouro sob sua tutela, o que força ao transporte mensal de mais de duas mil cabeças de bovinos para Luanda e em condições degradantes.

A carne que se consome actualmente na província é oriunda de pequenos matadouros tradicionais, muito deles clandestinos e de algumas fazendas. Existe dois matadouros industriais da fazenda Mumba, no Cuvango e na Humpata, para uma província com um efectivo ganadeiro estimado em três de cabeças.

Em declarações à ANGOP, no âmbito do 20 anos da Cooperativa, assinalados no pretérito dia 11 do mês em curso, o seu secretário-geral, Carlos Damião, afirmou ser uma “tortura” para os animais viajarem do Lubango para Luanda, situação agravada pelo estado das vias, quando os animais deviam ser abatidos cá, mas pelo contrário são transportados a longa distância, chegam estressados e perdem peso.

Declarou a necessidade de fazer um matadouro “urgente” para atender os filiados à CCGSA e evitar esse “esforço” ao animal, pois uma coisa é o gado fazer uma viagem de cem quilómetros, Chibemba (Gambos)-Lubango, outra é fazer mais de mil Chibemba-Luanda, situação que influencia a qualidade do produto final.

“Essa é a nossa luta e continuaremos a fazer sempre que pudermos nas instâncias devidas. Temos alguns membros com matadores pessoais e vão abatendo, mas é urgente que a cooperativa tenha um matadouro para impedir o trânsito de animais para abate pela estrada”, manifestou.

Para além dos dois matadouros da Mumba, segundo a fonte, há outro no bairro Benfica, no Lubango, que é privado, mas abate, também, para particulares, mas é uma dificuldade, daí ver-se o transporte diário de centenas de cabeças para Luanda.

Questionado sobre as quantidades de carne que os membros colocam no mercado, a fonte não conseguiu precisar, pelo facto da Cooperativa não ter ainda um matadouro, pois os criadores abatem em espaços precários existentes, sem possibilidade de criar uma estatística.

Segundo a fonte, saem da Huíla, todos os meses, entre mil a mil e 500 de gado bovino, sendo o maior mercado Luanda.

A par da situação estimou que 30 a 40 por cento da carne consumida na Huíla é nacional, quer bovina, caprina, ovina e suína, representando um crescimento que carece de mais investimentos.

A região sul detém o maior efectivo ganadeiro do país, com mais de três milhões de cabeças, com destaque para o bovino com perto de dois milhões, dos quais 90 por cento está nas mãos de criadores autóctones. A Cooperativa tem 75 associados. EM/MS





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