Luanda - O Joint Venture (parceria empresarial e comercial) entre as multinacionais petrolíferas BP e a Eni, em Angola, encontra-se em fase de negociação avançada, podendo a sua materialização ocorrer em 2022.
De acordo com o vice-presidente executivo do Grupo BP para área de Operações e Produção, Gordon Barrel, perspectiva-se finalizar o acordo ainda no final deste ano.
O responsável foi recebido em audiência, na quarta-feira (dia20), pelo ministro dos Recursos Minerais e Petróleo, Diamantino Azevedo, com quem abordou sobre o Join Venture das referidas petrolíferas e dos planos de investimentos da BP.
"Estamos a negociar e temos a expectativa de finalizar o acordo no final deste ano, devendo ser comunicado ao Governo e virmos a materializar o acordo em 2022", afirmou o alto responsável da British Petroleum à margem do encontro.
A assinatura, este ano, entre as petrolíferas britânica BP a e italiana ENI, do Memorando de Entendimento não vinculativo (MdE) visa a união dos seus portfólios “Upstream” (identificação, localização e exploração dos poços de petróleo,) em Angola.
Sabe-se que as petrolíferas pretendem desenvolver um plano de negócios que permita capturar futuras oportunidades de exploração, desenvolvimento e a possibilidade de um aumento dos projectos e das actividades em Angola e a nível regional.
Apesar da união, Gordon Barrel considerou ser prematuro prever que a Joint Venture entre a BP e a Eni vai diminuir os postos de trabalho.
Contudo, garantiu que as partes terão um envolvimento de 50% cada, resultando numa empresa maior, com mais investimentos e que poderá redundar em mais empregos em áreas técnicas e absorção de jovens que saem das universidades do país.
O vice-presidente executivo do Grupo BP para área de Operações e Produção da BP considerou ser normal para a sua empresa o estabelecimento de Joint Ventures, referindo existir várias, em distintos países, que trazem benefícios às pessoas e aos Estados.
"Compreendo a apreensão das pessoas, porém, com o incremento de investimentos, haverá mais empregos", garantiu.
A BP opera há mais de 25 anos em Angola, com investimentos acima de 30 biliões de dólares, tendo atingido, recentemente, 1 bilião de barris de óleo extraído. A petrolífera britânica possui neste país africano 750 colaboradores, sendo 80% nacionais.
Entretanto, a British Petroleum é operadora dos blocos 18 e 31, tem participações nos blocos 15, 17 e 20, estando a se preparar para em breve actuar no bloco 29. Tem também participação no Novo Consórcio de Gás (NCG) e na Angola LNG.
Enquanto isso, a Eni é a operadora do bloco 15/06 e dos blocos de exploração “Cabinda Norte”, “Cabinda Centro” e 1/14. É também operadora do "Novo Consórcio de Gás" (NGC) e, brevemente, deverá operar o bloco 28.
Além disso, a Eni tem participação em blocos operados por parceiros: 0 (Cabinda), 3/05, 3/05A, 14, 14 K/A-IMI, 15 e Angola LNG.
Em geral, Joint Venture é uma parceria económica e comercial entre duas ou mais empresas, de ramos iguais ou diferentes, que decidem reunir seus recursos para realizar uma tarefa específica, durante um período determinado e, portanto, limitado.
A estratégia empresarial pode estar relacionada a um novo projecto ou outra actividade comercial, por exemplo. Assim, operações de Joint Venture são executadas para diversos fins, como: logísticos, industriais, tecnológicos, comerciais, entre outros