Saurimo - A produção do pão na província da Lunda Sul reduziu consideravelmente, nos últimos dias, devido ao elevado custo e as dificuldades das panificadoras locais em adquirir a farinha de trigo, principal matéria-prima.
Durante uma ronda efectuada nesse fim de semana, a ANGOP constatou que maior parte das padarias reduziu a sua produção na ordem dos 20 a 40 por cento, bem como o seu tamanho.
O gerente da padaria “Diallo”, Ernesto Mulenvo, disse que a panificadora reduziu a sua produção diária de 30 mil, para sete mil pães, devido a falta de matéria-prima e de clientes que alegam o aumento do preço do pão.
Face à situação, muitos trabalhadores correm o risco de serem despedidos tendo em conta os custos de produção aliados aos combustíveis e à manutenção dos equipamentos.
Abdulah Farat, comerciante, detentor de uma padaria, sublinhou que o aumento do preço da principal matéria-prima para o fabrico do pão está a dificultar o normal funcionamento das panificadoras, tendo em conta os custos de produção, pagamento de salários, impostos, entre outros.
Lamentou, igualmente, o mau estado da Estrada Nacional/230, que tem encarecido cada vez mais o frete dos caminhões, de um milhão, anterior, para dois milhões de Kwanzas.
“Constitui surpresa para mim a subida do preço do pão”, disse Benvinda Constantino, quando questionada pela ANGOP, sobre a alteração e qual era seu ponto de vista acerca do assunto.
Por sua vez, Tina Solange mostrou-se preocupada com o aumento do preço do pão, por ser um alimento básico e diário, que devia custar mais barato aos bolsos das famílias.
“Enquanto permanecer esta situação, vamos voltar a incluir no mata-bicho o inhame, mandioca e banana com chá. O pão está cada vez mais caro e não teremos como providenciar para uma família de 10 pessoas e que dado o seu tamanho, um pão não sacia, para tal despende-se dois mil Kwanzas/dia”, desabafou.
Entretanto, o pão na província da Lunda Sul passou a custar nos últimos dias entre 50 e 75 Kwanzas, contra os 25 e 50 nas últimas duas semanas.
Dependendo da qualidade de farinha, a ANGOP apurou que o saco de farinha nos mercados locais varia entre 27 mil a 32 mil Kwanzas, contrariamente aos últimos 10 dias que estava a 17 mil Kwanzas.
Estão controlados na província da Lunda Sul, 22 unidades de panificação, entre padarias e pastelarias, maioritariamente detidas por estrangeiros, sobretudo, mauritanianos e guineenses.