Huambo – O embaixador do Reino dos Baixos em Angola, Tsjeard Hoekstra, desafiou, esta quarta-feira, os empresários angolanos do sector agrícola a exportarem, em 2025, para o porto de Roterdão, Holanda, o primeiro contentor carregado de abacate do Huambo.
Este carregamento, segundo o diplomata, vai estabelecer as bases para um fluxo constante, crescente e cada vez mais variável desta fruta, que, também, é chamado de ouro verde.
Tsjeard Hoekstra discursava no lançamento do primeiro Cluster de abacate da província do Huambo, com um financiamento holandês de 1,1 milhões de euros, no âmbito dos investimentos da Plataforma Logística da Caála.
Na ocasião, disse ser um desafio que reflecte o sentido de urgência, pragmatismo e dedicação do Reino dos Baixos ao ter escolhido Angola como melhor parceiro, para a concretização desta ambição.
O mesmo espera ter deixado claro que os Países Baixos estão a contribuir para criação de uma plataforma logística em cadeia de frio, que facilita o acesso ao mercado internacional e o desenvolvimento do potencial agrícola, contribuído, desta forma, para uma Angola mais próspera.
A título de exemplo, destacou que, desde 2018, a partir do programa “Orange Corners” a Holanda apoia jovens empreendedores de Angola, uma iniciativa que vai ter, a partir deste ano, especial atenção aos empresários do sector da agricultura no Huambo.
Afirmou que o evento serviu para capacitar os agricultores, mulheres e jovens locais, com foco em novas oportunidades para o desenvolvimento económico e melhoria das condições de vida dos angolanos.
Realçou que o lançamento do primeiro Cluster de abacate é o próximo passo da colaboração, entre Angola e o Reino dos Países Baixos, que vai impulsionar a qualidade e a quantidade da produção desta fruta na província do Huambo, crucial para o sucesso da Plataforma Logística da Caála e do desenvolvimento regional.
Tsjeard Hoekstra informou que as frutas e legumes representam um valor de 25 mil milhões de dólares norte-americanos e um volume de 18 milhões de toneladas, distribuídos no maior porto da Europa, em Roterdã, na Holanda, que desempenha um papel fundamental nesta cadeia agro-logística.
Daí, pela posição dos Países Baixos, disse ser importante identificar novas áreas de origens, para que os consumidores tenham acesso a todos os tipos de frutas, sendo, para tal, importante que a produção de Angola, mediante a cooperação estabelecida, faça parte deste fluxo comercial.
Para tal desiderato, informou que um especialista da autoridade holandesa para a segurança alimentar está a trabalhar com o Ministério da Agricultura e Florestas, para introduzir a certificação electrónica dos produtos angolanos, para além das regras fitossanitárias, que abrirão portas para a exportação e introdução de novas variedades.
Por seu turno, o vice-governador para o sector Político, Social e Económico da província do Huambo, Angelino Elavoco, disse que Angola e o Reino dos Países Baixos estão a entrar numa nova era de cooperação, que dá atenção e privilégio às relações comerciais, cujos projectos irão trazer mais crescimento e desenvolvimento nacional.
Frisou que, tanto a Plataforma Logística da Caála, como a criação do Cluster do abacate, representam grandes oportunidades para que os pequenos agricultores familiares, que, com o apoio e assistência técnica das grandes empresas, produzam em grandes quantidades e condições favoráveis a esta fruta.
O responsável, que falava em representação do governador da província do Huambo, Pereira Alfredo, disse que o acto é um avanço para as empresas nacionais e estrangeiras, desde pequenos, médios e grandes produtores, na medida em que o potencial disponível no Corredor do Lobito vai beneficiar vários países do mundo.
Assinaram o contrato de subsídio, que irá apoiar o desenvolvimento do cluster do abacate, com um montante de 1,1 milhões de euros, três fazendas locais, com a integração de pequenos produtores da região, que serão dotadas de capacidade técnica, operacional e financeira, para acelerar o processo de exportação.
A Plataforma Logística da Caála, localizada no Corredor do Lobito e, entre as estradas nacionais 120 e 260, resulta de uma parceria do Governo angolano, representado pela ARCCLA, com o Reino dos Países Baixos e o Consórcio Flying Swans, para além do apoio técnico e financiamento do Banco Mundial. ZZN/JSV/ALH