Luanda - O país registou uma produção global de 28 milhões 34 mil e 707 toneladas, durante o ano agrícola 2023/2024, representando um crescimento de 13,1% em relação ao período anterior, anunciou esta terça-feira, em Luanda, o Presidente da República, João Lourenço.
O Chefe de Estado falava na abertura do 3º Ano Legislativo da 5ª Legislação, considerando que estes resultados animam a continuar a trabalhar, a investir e a apoiar quem quer produzir para que o “Feito em Angola” seja cada vez mais uma realidade.
Fez saber que na fileira dos cereais foram produzidas 3.521.636 toneladas, mais 4,9% do que no ano anterior, nas raízes e tubérculos a produção foi de 14.582.355 toneladas, representando um crescimento de 6,1% em relação ao período homólogo, enquanto na fileira das leguminosas e oleaginosas produziu-se 666.918 toneladas, mais 3,4% comparativamente a campanha passada.
Quanto às hortícolas, a produção foi de 6.896.497 toneladas, representando um crescimento na ordem dos 6,3%.
Já a produção do café comercial foi de 7.500 toneladas, mais 20,4% em relação ao ano anterior, das quais 1.700 toneladas foram exportadas, representando um aumento de 19% na exportação deste produto.
No domínio pecuário, foram produzidas, de Janeiro a Julho do corrente ano, 132.446 toneladas de carne, representando um crescimento de 8,1% face ao período homólogo.
A produção de ovos, até ao momento, aumentou 2,9%, tendo sido produzidas 1.141.758.744 mil, cento e quarenta e um milhões, setecentos e cinquenta e oito mil e setecentos e quarenta e quatro unidades.
“Cientes do longo caminho que ainda temos de percorrer, estamos animados com os resultados que temos alcançado, graças ao contributo das angolanas e angolanos que trabalham o campo e colocam produtos sobre as nossas mesas”, frisou, expressando o reconhecimento pela colaboração que têm dado para o aumento da produção nacional.
Para a campanha agrícola 2024/2025, disse, o Executivo está comprometido em reforçar o apoio à agricultura, em particular do segmento familiar, esperando que sejam abrangidas cerca de 1,5 milhões de famílias camponesas, através da distribuição de fertilizantes e sementes diversas, para além de utensílios e equipamentos agrícolas.
Defendeu a necessidade de assegurar a qualidade dos produtos, à medida que aumenta a produção.
Disse estar-se a trabalhar para construir, nos próximos anos, três laboratórios agroalimentares, nas províncias do Zaire, Namibe e Moxico, e espera-se inaugurar, em 2025, o Centro de Biodiversidade e Fábrica de Vacinas, em construção na província do Huambo, para atender bovinos, aves e caprinos.
“Com bastante satisfação assistimos ao crescente interesse e envolvimento na produção de arroz e trigo, produtos de amplo consumo e com um peso substancial na nossa balança comercial”, frisou.
Pescas
Considerando a sua importância estratégica para a economia nacional e para a segurança alimentar, sublinhou que o Executivo está a reforçar a atenção sobre o sector das pescas, actuando no sentido de se corrigirem comportamentos que têm resultado na sobrepesca, na degradação dos habitats marinhos, na poluição marinha e na perda da biodiversidade.
Para o Chefe de Estado, a criação da Guarda Costeira Nacional será um contributo importante para aumentar a capacidade de fiscalização do mar e, consequentemente, da pesca ilegal, em muito responsável pela diminuição da biomassa marinha.
De qualquer modo, referiu, a produção pesqueira registada, em 2023, foi de 601.429 toneladas.
Indústria
No domínio industrial, o país conta com cerca de 2.619 operadores e o espírito de resiliência do sector privado está a produzir resultados que levam a acreditar num futuro próspero para a indústria transformadora angolana, de acordo com o Chefe de Estado.
Salientou que, em 2023, a indústria transformadora representou 11,4% do PIB não petrolífero e 8% do PIB total, tendo gerado mais de 35.000 novos postos de trabalho, particularmente para jovens angolanos, representando um crescimento de 68% comparativamente ao período homólogo.
A capacidade industrial existente, acrescentou, tem contribuído para a gradual substituição das importações, nomeadamente no que respeita à farinha de trigo, farinha de milho, óleo alimentar, bolachas e biscoitos, massas alimentares, cerveja, refrigerantes, água de mesa, sumos, guardanapos de papel, detergentes, varões de aço e cimento, entre outros.
Afirmou haver motivos para continuar a incentivar o sector privado para que continue a acreditar e investindo em Angola, ocupando o espaço que lhe é reservado na economia nacional.
Por seu lado, o sector do comércio continua a representar cerca de 20% do PIB, empregando mais de dois milhões de cidadãos.
“Enquanto trabalhamos para que esta transformação estrutural seja realizada, passando de país eminentemente importador para país capaz de produzir parte substancial dos produtos de amplo consumo, temos de acompanhar e apoiar as populações mais vulneráveis e que vivenciam maiores dificuldades sociais”, defendeu, informando que cerca de 13.000 famílias em situação de vulnerabilidade tiveram apoio do Estado. ML/VC