Luanda - O país precisa mobilizar perto de 1 bilião de dólares para a implementação da Estratégia de Longo Prazo (ELP - Angola 2050), revelou, esta segunda-feira, em Luanda, o ministro da Economia e Planeamento, Mário Caetano João.
Falando à imprensa, à margem da auscultação das Organizações Internacionais, Agências de Desenvolvimento e Missões Diplomáticas, sobre ELP - Angola 2050, sublinhou que o capital humano (educação, saúde e outros), infra-estruturas (produção, transporte e distribuição de energia eléctrica) e diversificação são questões prioritárias para a nova dimensão de crescimento económico do país.
Mário Caetano João diz ser um valor monetário que a economia vai precisar para dar o salto pretendido até 2050, devendo ser mobilizados via investimento director estrangeiro, recursos dos cidadãos e banca comercial.
O ministro indicou que, na estratégia, a educação deverá ter um impacto em cascata sobre os outros domínios, afirmando que sem um capital humano mais oxigenado muito dificilmente haverá uma governação mais participativa.
O governante apontou ainda para a necessidade de se prestar um pouco mais de atenção no reforço do ensino pré-escolar, “dos zero aos cinco anos. "Temos que trabalhar na nutrição, por permitir a formação devida dos órgãos cognitivos e fazer com que a sua capacidade de absorção de informação necessária possa ocorrer sem interrupções”.
Mário Caetano disse que o Governo vai reforçar os produtos financeiros à disposição do mercado, micro-crédito, PAC, Planagrão, para que contribuir para o êxodo natural dos que se encontram no meio urbano, em direcção ao meio rural, com foco no agro-negócio.
Destacou que objectivo passa por desbloquear o crescimento económico de Angola, construindo uma economia resiliente que beneficie todos os cidadãos, sendo necessário investir em infra-estrutura, por ser um factor dinamizador do crescimento económico inclusivo, da produtividade e do desenvolvimento social.
A Estratégia de Longo Prazo é a ferramenta base para a elaboração do Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN), que apresenta as opções estratégicas de desenvolvimento a longo prazo do país, sendo elaborada com base em análise de cenários, para os níveis nacional, sectorial e territorial.
O documento em discussão, prevê que o Produto Interno Bruto Não-Petrolífero (PIB-NP) crescerá 3,3 vezes, passando dos 84 para 275 mil milhões de dólares (USD), até 2050, com uma população do país estimada em 70 milhões de habitantes.
A ELP - Angola 2050 prevê igualmente que o PIB Per Capita Não-Petrolífero aumente em torno de 1,2 vezes, saindo dos actuais 3.67 mil para 4.215 mil dólares, contando com o suporte das exportações não-petrolíferas que deverão crescer 13 vezes mais, passando de cinco mil para USD 64 mil milhões.
O PIB, actualmente, cifrado em USD 122 mil milhões, deverá atingir 286 mil milhões de dólares, o que representará um crescimento de 2,4 vezes mais e a Dívida Pública conhecerá uma redução de 6%, saindo dos 66 para 60 por cento sobre o PIB.
Para os próximos 27 anos, no quadro do Angola 2050, a esperança de vida dos angolanos aumentará seis anos, saindo de 62 para 68 anos de idade, sendo que a taxa de mortalidade, entre os cinco anos, baixará de 56% de 71 para 19%. As projecções indicam que o desemprego cairá 10% de 30 para 20 %.HEM/AC