Luanda – Angola conta com uma produção de gás butano de 420 mil toneladas métricas ano, cifra superior à capacidade de consumo do mercado nacional, afirmou esta quinta-feira, em Luanda, o secretário de Estado para o Petróleo e Gás, José Barroso.
Falando à margem do workshop sobre “ Tudo Sobre o Gás Butano", disse que 90 % da produção provém da empresa Angola-LNG, seis por cento da Sonangol (Refinaria de Luanda) e quatro porcento da Chevron (que serve exclusivamente a província de Cabinda). De acordo com o dirigente, a produção, que torna Angola auto-suficiente, tem concentrado cerca de 80 % do consumo em sete províncias do país, mas não citou as mesmas. Por este facto, o secretário de Estado avançou que o ministério está a desenvolver estratégias para expandir o uso deste produto em todo território nacional, com vista a fazer chegar a todas as famílias, para além do propósito da protecção do ambiente, evitando assim o derrube de árvores e a conservação vegetal. O secretário de Estado fez saber que os edifícios em construção, a partir de quatro andares, são obrigados, pelo Decreto Executivo n.º 83/15 de 3 de Março, a canalizar o gás butano, mas, em muitas obras pelo país, existe um número muito reduzido a cumprir com a disposição legal. Questionado sobre a exportação do gás butano, José Barroso, disse que a prioridade é o de atender o mercado nacional, sendo que o excedente tem sido exportado, particularmente, para a República Democrática do Congo (RDC) e para o Congo. Na visão do secretário de Estado, o gás butano precisa de investimento em várias áreas, em especial, no circuito de produção, comercialização e distribuição. Conforme o dirigente, Angola tem “cerca de 5 milhões de garrafas em circulação e 75 por cento das mesmas estão em mau estado de conservação”. Neste particular, o país precisa de fábrica de garrafas e de novas instalações para o reacondicionamento e requalificação destes recipientes. “Fábricas de equipamentos e acessórios, assim como armazéns e centros de distribuição descentralizados localmente para comercializar por todas localidades do país”, asseverou. O governante chama atenção aos empresários e investidores para apostarem no segmento de negócio do gás butano, onde apenas cinco empresas dominam o mercado da distribuição pelo país. Por sua vez, o inspector do Instituto Regulador dos Derivados do Petróleo (IRDP), Amilton da Silva, também entende que o país precisa de mais e novos operadores para impulsionarem a disseminação do gás butano. Falando sobre “Regulamentação, fiscalização e caracterização do segmento do gás”, considera fundamental a extensão da cadeia de valor do gás butano para se atingir a eficácia na produção de equipamentos e acessórios, distribuição e comercialização. De acordo com o responsável, Angola conta com uma capacidade de armazenagem em terra é de 11.727 toneladas métricas (facto que considera diminuto), com 19 centros de enchimento, com quatro terminais, nomeadamente o de Cabinda, Luanda, Benguela e Namibe. Questionado sobre o mal estado das garrafas de gás, o inspector disse que deve-se ao facto existir, em Angola, apenas uma unidade de fabricação e requalificação de garrafas, realçando que no período 2022 até ao primeiro semestre de 2023, não houve requalificação, apenas produção, daí o elevado número de botijas danificadas no mercado nacional. O gás butano, conhecido como gás de cozinha, igualmente também por petróleo liquefeito, é obtido através da refinação do petróleo bruto e do processamento do gás natural. O workshop “ Tudo Sobre o Gás Butano", foi organizado pelo Instituto Regulador dos Derivados do Petróleo (IRDP). OPF/AC |