Luanda - Empresas nacionais e de países da África Austral já manifestaram interesse pelos serviços do satélite “Angosat-2”, cuja venda será feita pelo Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional (GGPEN), anunciou hoje o ministro das Telecomunicações,Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS), Mário Oliveira.
De acordo com Mário Oliveira, o lançamento oficial da comercialização dos serviços do satélite angolano “Angosat-2”, arranca nos próximos dias e algumas operadoras nacionais e de países vizinhos já contactaram o sector a manifestar interesse.
O responsável disse que o GGPEN foi autorizado, nesta fase transitória, a comercializar os serviços do Angosat-2, um trabalho que também vai envolver o Instituto Angolano das Comunicações (INACOM).
“Vamos dentro dos próximos dias fazer o lançamento oficial da comercialização dos serviços do Angosat-2”, afirmou o governante, que falava à imprensa, à margem da inauguração do Centro de Controlo e Missão de Satélites, feita pelo Presidente da República, João Lourenço.
O GGPEN é superintendido pelo MINTTICS e, dentre outras tarefas, tem como metas a promoção do uso pacífico do espaço e a realização de estudos técnicos no sector espacial.
Este órgão tem como missão desenvolver estudos estratégicos que visem estabelecer acordos de cooperação com instituições técnicas e científicas no domínio espacial e garantir a criação de competências tecnológicas e humanas nacionais e a transferência de tecnologia e know-how, no âmbito do Programa Espacial Nacional.
Antes do lançamento oficial da comercialização dos serviços do Angosat-, segundo o ministro, alguns procedimentos administrativos serão observados, no que toca à regularização, pois já existem trabalhos bastante avançados neste sentido.
O Angosat-2 fornecerá serviços na banda C, KU e KA - sistemas que passaram com sucesso no estágio de testes, estando a ser preparada a próxima etapa que é a comercialização.
Explicou que a revogação dos serviços (de outros satélites) acerca dos quais o país se servia será gradual, uma vez que os satélites não ficam na mesma posição orbital.
Referiu que, nesta fase de transição, os operadores nacionais vão trabalhar no sentido de fazerem um “redesenho” das suas redes de forma a poderem apontar as suas antenas para o Angosat-2.
Explicou que as antenas dos satélites são apontadas em função da órbita em que os satélites estão.
O Presidente da República, no Despacho Presidencial n.º 11/23, de 23 de Janeiro, autoriza a exploração comercial do Angosat-2, enquanto decorre o processo de criação das condições para a atribuição da sua gestão e exploração a uma entidade pública.
O documento estipula que a receita proveniente dos serviços do Angosat-2 vai reverter-se a favor do Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional (GGPEN), que ficará com 50%, o Tesouro Nacional 40%, e o Fundo de Apoio Social dos Trabalhadores das Comunicações 10%.