Luanda – A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) prevê um aumento do consumo global de energia primária em 23 % até 2045, onde o petróleo representa a maior proporção dessa despesa mundial.
Segundo os indicadores de projecção da OPEP, apresentados esta terça-feira, em Luanda, pelo seu secretário – geral, Haitham Al-Ghais, a nível global a procura do petróleo continuará a crescer, dos actuais 97 milhões de barris por dia para 110 milhões de barris/dia até ao ano 2045.
Neste período (2022-2045), segue secretário-geral, o sector petrolífero global precisará investir, em acumulado, cerca de 12.1 triliões de dólares, numa injecção de 500 biliões de dólares por ano, para responder ao desafio, futuro, do consumo de energia mundial.
Isto dever-se-á, de acordo com as projecções globais da OPEP, duplicar a economia global e a previsão do crescimento da população global é de 1.6 bilhões de pessoas até 2045.
Nesta perspectiva, o responsável da organização dos países produtores e exportadores de petróleo, na sua intervenção na III edição da Conferência Internacional Angola Oil & Gas, que decorre de 29 de Novembro a 01 de Dezembro deste ano, em Luanda, instou os países africanos e demais “player” a intensificar os seus investimentos na produção.
“Tendo em conta estas tendências, é imperativo que os países africanos alcancem o seu potencial máximo de produção, nos próximos anos, para enfrentarem os desafios vindouros”, alertou o dirigente.
Neste ínterim, Haitham Al-Ghais enalteceu as reformas estratégicas que Angola tem desenvolvido nos últimos cinco anos, que promoveram a atracção de investimentos de produção e refinação.
Na visão da OPEP, estas reformas da esfera regulamentar, de legislação e de políticas harmonizadas, bem como a gestão e a transparência foram significativamente melhoradas e vão de encontro a estabilização do preço do petróleo.
Em alinhamento, diz o secretário-geral, Angola reforçou princípios de multilateralismo e de cooperação internacional como meio mais efectivo para enfrentar os desafios actuais e futuros.
Sobre a transição energética, o responsável da OPEP entende que existe um défice nos últimos anos e que se não for superado haverá graves consequências.
Neste capítulo, apontou, a indústria petrolífera deverá fazer parte da solução ambiental, no quadro do mesmo objectivo de reduzir as emissões de gás carbono e que, por isso, é fundamental o uso de soluções tecnológicas renováveis.
A III edição do Angola Oil & Gas, que decorre sob o lema “Promover uma indústria inclusiva, atractiva e inovadora de petróleo e gás em Angola”, foi aberto pelo presidente da República, João Lourenço.
O evento, realizado pelo Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, em parceria com a Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG) e da Câmara Africana da Energia, é organização pela empresa Energy Capital e Power.
Durante três dias, estão em debate temas como “O direito e a vontade de desenvolver”, “Como aproveitar os recursos de Angola e da região para um futuro próspero na indústria energética”, “O valor da transição energética de Angola” e “A evolução do sector petrolífero e gás de Angola: Estratégias para a Angolanização da indústria energética local”.