Luanda – A construtora angolana Omatapalo tornou-se na primeira empresa do ramo da construção civil a integrar o Pacto Global da Nações Unidas, a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo que visa alinhar as estratégias das empresas aos Dez Princípios Universais e aos 17 Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Com a integração da Omatapalo, Angola passa a contar com 23 empresas nessa plataforma, que actualmente junta mais de 24 mil e 500 empresas de diversos sectores e de 167 países, bem como centenas de ONG, sindicatos, entidades oficiais e agências da ONU.
Anunciado em 1999 pelo então secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, no Fórum Mundial de Davos, sendo lançado oficialmente em 2000, o Pacto exige que as estratégias e operações das empresas estejam alinhadas aos princípios universais relacionados com direitos humanos, trabalho, meio ambiente e anticorrupção.
Ao aderirem ao Pacto, as empresas devem trabalhar no sentido do cumprimento dos 17 ODS das Nações Unidas, numa lógica de colaboração e inovação, em áreas como a redução da pobreza, igualdade de género, mudanças climáticas e de trabalho digno, assim como comprometerem-se a comunicar anualmente os progressos na implementação dos 10 princípios nas suas estruturas de negócios, cultura e operações diárias.
Citado numa nota de imprensa a que a ANGOP teve acesso esta segunda-feira, o presidente do Conselho de Administração da Omatapalo, Pedro Santos, considera extrema importância e orgulho a integração da empresa no Pacto Global das Nações Unidas, por reforçar a responsabilidade da construtora e contribuir para que os negócios tenham impacto positivo junto das pessoas, comunidades e sociedades.
Por seu turno, a directora do Pacto Global em Angola, Eliana dos Santos, enaltece a integração da Omatapalo e considera ser importante a necessidade de haver vozes corajosas e unidas para defender os 10 Princípios e os ODS, com vista o combate das injustiças sofridas por tantas pessoas.
“Sejamos a mudança que desejamos ver no mundo e vamos transformar os objectivos globais em negócios locais”, apelou.
Encorajar o diálogo entre as empresas, os governos, a sociedade civil e demais componentes, bem como a busca do desenvolvimento de um mercado global mais justo, inclusivo e sustentável constam também dos objectivos dessa iniciativa.
Face às incertezas geopolíticas e a outras instabilidades mundiais, o Pacto Global das Nações Unidas assegura a existência de um mundo mais seguro e sustentável.
Os Dez Princípios do Pacto Global das Nações Unidas derivam da Declaração Universal dos Direitos Humanos, da Declaração da Organização Internacional do Trabalho sobre os Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho, da Declaração do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento e da Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção.
Entre os princípios, o Pacto obriga as empresas a apoiarem e respeitarem a protecção dos direitos humanos reconhecidos internacionalmente; defender a liberdade de associação e o reconhecimento efectivo do direito à negociação colectiva; abolição efectiva do trabalho infantil; empreender iniciativas para promover uma maior responsabilidade ambiental; e actuar contra a corrupção em todas as suas formas, incluindo a extorsão e o suborno. QCB/AC