Ondjiva - As obras de construção do Lote 1 do sistema de transferência de água do rio Cunene, a partir da localidade do Cafu, na província do Cunene, estão em fase final de execução, com mais de 95 por cento dos trabalhos concluídos.
Trata-se do primeiro dos cinco projectos estruturantes de combate à seca na província do Cunene e comporta sistema de captação, bombagem e sistema pressurizado, avaliado em 44,3 mil milhões kwanzas.
Na prática, o Lote 1 apresenta 95, 78 por cento de execução física e 83 na componente financeira, traduzindo-se na conclusão do Centro de Captação de Água, 47 quilómetros do canal aberto e 10 quilómetros da conduta pressurizada fechada, assim como das 10 chimpacas (revestidas com betão).
O director da empresa que fiscaliza as obras, António Madaleno, assegura que todas as componentes dos projectos serão concluídas até ao dia 31 do corrente mês e que a empreitada decorre de forma satisfatória.
Afirmou à ANGOP terem sido já concluídos os edifícios da subestação eléctrica (com capacidade de um megawatts), a montagem de dois mil e 700 painéis fotovoltaicos que vão garantir 1.5 megawatts de energia, o reservatório unidimensional, a instalação da estrutura metálica da câmara de aspiração e a zona de tomada de água.
Apontou, igualmente, a conclusão e a instalação da casa de bombas, com três máquinas cada. Um dos grupos será dimensionado para elevar um a 30 metros cúbicos por segundo, um caudal a elevar dois metros cúbicos por segundo (dois grupos em paralelo mais um de reserva), da cota de nível mínimo na câmara de aspiração, com mil 105,20 metros, com a cota de chegada à estrutura de transição com mil 130,70 metros.
António Madaleno disse que, neste momento, estão em execução trabalhos de arruamento, passeios, iluminação pública e arranjos exteriores, na Central de Captação do Cafu.
Já na rede de canais, o responsável disse estarem em fase conclusiva as obras dos 30 bebedouros para animais e população, das centrais de tratamento de água, assim como das cinco casas de geladoras que irão velar pela protecção e manutenção dos canais.
Lote 2 ligeiramente atrasado
Ao contrário do Lote 1, as obras do Lote 2 encontram-se ligeiramente atrasadas, com o estado de execução física na ordem dos 85 por cento e financeira de 82 por cento.
A empreitada orçada em 136 milhões de dólares tem o prazo contratual previsto para 25 de Março, mas, devido a alguns constrangimentos, poderá estar concluído somente em Abril.
O Lote 2 engloba a construção de dois canais condutores, que partem da estrutura de derivação de caudais do canal condutor geral, ou seja, um Canal Condutor Oeste, que parte do Cuamato até Ndombondola, com extensão de 55 quilómetros, e outro Este, que sai do Cuamato até Namacunde, com cerca de 53 quilómetros.
Esta fase compreende, igualmente, a construção de 20 chimpacas, 60 bebedouros e seis casas para geladoras, que vão garantir a segurança e a gestão dos equipamentos, bem como regular as comportas que vão determinar a quantidade de água que entra para o canal.
O fiscal da obra, José de Carvalho, fez saber que o trabalho de revestimento dos canais e 20 chimpacas se encontra a 100 por cento concluído, faltando a conclusão de outros equipamentos associados.
Disse que, actualmente, decorrem os trabalhos de montagem dos equipamentos electromecânicos e de compatibilização da água, assim como da construção das residências para os técnicos.
José de Carvalho apontou como constrangimentos da execução dos trabalhos as chuvas que têm ocorrido nos últimos dias, que poderá retardar a empreitada para o mês de Abril.
A infra-estrutura vai beneficiar mais de duas mil famílias, 500 mil animais e a irrigação de cinco mil hectares de campos agrícolas.