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Novas zonas mineiras “clamam” pela construção de vias de acesso

     Economia              
  • Luanda • Quinta, 01 Junho de 2023 | 06h09
Exploração Mineira (ilustração)
Exploração Mineira (ilustração)
Manuel Zamba-ANGOP

Luanda – A escassez e degradação de algumas vias de acesso às novas zonas mineiras em Angola constam da lista de preocupações dos novos operadores mineiros, que pretendem expandir os seus investimentos neste sector, considerou o director-geral da Bumbar Mining, Sebastião Panzo.

Segundo o gestor da empresa promotora de eventos mineiros em Angola, a construção de novas infra-estruturas rodoviárias nas zonas mineiras constitui um dos factores fundamentais para motivar os investidores, para além de facilitar a mobilidade de meios de trabalho.

Em declarações à imprensa, no final da II edição do Fórum e Exposição de Negócio Mineiro, decorrido nos dias 30 e 31 de Maio, em Luanda, sublinhou que as novas multinacionais interessadas na exploração de vários minérios no país estão a ir para as zonas cada vez mais afastadas dos centros urbanos, facto que exige a construção de estradas e melhoria das vias já existentes.

Para isso, avançou, é necessário haver uma conjugação de esforços entre vários sectores, com destaque para o ramo da construção, com vista a minimizar o “sofrimento” dos investidores.

A par disso, Sebastião Panzo apontou, igualmente, a falta de informações sobre os mecanismos de obtenção de financiamento interno e externo para investir na mineração, como outra dificuldade que os operadores enfrentam.  

Acrescentou ainda que a capacitação de potenciais empresários mineiros angolanos, que devem estar munidos de conhecimentos técnico-profissionais e dominar a legislação do sector, também faz parte dos desafios da actividade de mineração.

Outra dificuldade apresentada pelos participantes ao fórum foi o défice de infra-estruturas de telecomunicações nas zonas mineiras, facto que tem dificultado a comunicação entre os profissionais e seus familiares.

A propósito dessa lacuna, a engenheira da Angola Telecom Isabel Tomás, apelou a necessidade das empresas mineiras acompanharem a dinâmica da revolução das novas tecnologias, com a contratação de serviços de telecomunicação, com vista a garantir a segurança dos operadores.     

“É necessário que as empresas manifestem, junto de fornecedores, o interesse de ter serviços de telecomunicação nas zonas de exploração, para juntos desenharem soluções que facilitem e assegurem as comunicações entre os profissionais e seus familiares, com vista a salvaguarda da vida humana”, destacou.

Apesar dos desafios apontados pelos investidores, o consultor do ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Mankenda Ambroise, apelou aos empresários a explorarem as oportunidades de negócio existente em Angola, com realce para os minerais críticos (crómio, cobalto, cobre, grafite, ferro chumbo, lítio, manganês, níquel e prata).

Recordou que Angola possui depósitos significativos de minerais críticos, sendo, actualmente, conhecidos 36 dos 51 minerais considerados mais críticos a nível do mundo.

Destacou que a exploração desses minerais trará uma vantagem adicional, por serem, essencialmente, neutros em carbono, contribuindo para a produção de energias limpas, para além de abrir novas oportunidades de negócio.

Ao discursar no acto de encerramento da II edição do Fórum e Exposição de Negócio Mineiro, Mankenda Ambroise sublinhou que “não haverá transição energética justa de fontes fósseis para energias limpas, sem minerais críticos”, facto que deve motivar os investidores a apostarem neste negócio, com vista a construção de uma base industrial sustentável e duradoura para as novas gerações.    

Com uma participação de perto de 800 pessoas, entre empresários, estudantes, académicos e membros do Governo, o evento teve como objectivo aproximar os outros sectores à área mineira, para criar maior interacção entre as empresas e descobrir novas oportunidades de negócio. 

De acordo com o promotor do fórum, o certame foi proveitoso, por permitir a partilha de conhecimentos sobre o conteúdo geológico, sistema regulatório do sector mineiro e apontar algumas soluções para a obtenção de financiamento.

Para Sebastião Panzo, o evento permitiu, igualmente, perceber a possibilidade de se criar outras oportunidades de negócios para apoiar esta actividade, através da implementação de projectos do ramo dos transportes e da logística, assim como das telecomunicações.  

Paralelamente ao fórum, realizou-se também uma exposição, que contou com 23 expositores da cadeia de valor da mineração, bem como encontros de negócios entre os empresários.

Durante dois dias de fórum, os participantes reflectiram em torno dos temas “A visão da banca e da Bodiva e seu grau de intervenção nos minerais críticos”, “Produtos de seguro em sede dos minerais estratégicos”, “Mercado do downstream e minerais críticos”, “O sector de transportes ao serviço da indústria mineira”, entre outros.QCB/AC





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