Luanda - O novo Presidente da Nigéria, Bola Tinubu, declarou o fim do subsídio de décadas aos produtos petrolíferos no país, no seu primeiro discurso.
A medida visa aliviar a pressão sobre as finanças públicas e dar um novo rumo aos fundos para infra-estruturas públicas e melhorar a vida do povo nigeriano.
De acordo com a publicação da BBC, a que ANGOP teve acesso, ainda não existe um dia estipulado para o cumprimento da medida, mas espera-se que a eliminação do subsídio conduza a um aumento dos preços da gasolina e possa ter um efeito em cascata noutros preços.
As administrações nigerianas anteriores tentaram, mas não conseguiram, acabar com o subsídio que foi inicialmente introduzido na década de 1970.
Apesar da riqueza petrolífera da Nigéria, a limitada capacidade de refinação do país requer a importação de produtos petrolíferos, que são depois vendidos a um preço regulado pelo Governo.
No entanto, o subsídio aos combustíveis revelou-se um "sorvedo" significativo para as finanças públicas. Só no ano passado, consumiu impressionantes 4,3 trilhões de naira (US$ 9,3 bilhões; £ 7,5 bilhões), e um orçamento de 3,36 trilhões de naira foi alocado para o primeiro semestre deste ano.
O Presidente Tinubu enfatizou que o subsídio não pode mais ser justificado à luz dos desafios económicos e de segurança da Nigéria.
O país enfrenta taxas de inflação crescentes, altas taxas de desemprego que afectam um em cada três indivíduos e uma redução da produção em sua vital indústria petrolífera.
Reconhecendo estas questões prementes, a nova administração planeia divulgar o seu roteiro económico nas próximas semanas.
O Presidente Tinubu também destacou a necessidade de abordar as elevadas taxas de juro, que representam um obstáculo adicional à recuperação económica da Nigéria.
Em Angola, comparando com os países vizinhos, os combustíveis são, em média, 70% mais baratos, se tivermos como referência o preço por litro, em Janeiro deste ano.
Neste período, enquanto o litro de gasóleo se vendia a 1,015 USD, na Namíbia custava 1,209 USD, na República Democrática do Congo (RDC), 1,404 USD e na Zâmbia, 1,43 USD.
Ao chamar a atenção para a decisão da Nigéria, é importante notar que Angola não fez nenhum anúncio recente sobre o fim dos subsídios aos combustíveis.
O Presidente Tinubu assume a presidência, após a conclusão dos dois mandatos de Muhammadu Buhari. Ele herda a responsabilidade de navegar na Nigéria, através de um cenário económico desafiador.
Embora a decisão de eliminar o subsídio ao combustível possa resultar em ajustes de curto prazo, o Governo acredita que redireccionar os fundos alocados, anteriormente, acabará por produzir benefícios a longo prazo, alimentando projectos de infra-estrutura vitais e melhorando o bem-estar do povo nigeriano.NE/AC