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Navio Baía Farta será entregue em Maio de 2024

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  • Luanda • Quarta, 06 Dezembro de 2023 | 23h33
Navio Baia Farta (Foto ilustração)
Navio Baia Farta (Foto ilustração)
Angop

Luanda – O navio oceanográfico angolano de investigação científica Baía Farta, que se encontra em reparação, na África do Sul, vai ser entregue ao Governo de Angola em Maio de 2024, período definido para superar as anomalias detectadas durante a primeira prova (teste) de mar feita no país, em 2021.

O anúncio foi feito esta quarta-feira, em Luanda, pela ministra das Pescas e Recursos Marinhos, Carmen dos Santos, tendo revelado que, recentemente, esteve no Reino dos Países Baixos (Netherlands, em inglês), vulgo Holanda, onde assinou um acordo com o construtor da respectiva embarcação para resolver as inconformidades do mesmo navio, até o próximo ano.

Em entrevista exclusiva à ANGOP, a governante assegurou que a embarcação está em condições para fazer a investigação científica, mas “tem um problema nos guinchos que lançam as redes e velam pela parte pesqueira e oceanográfica, bem como pela recolha e estudos de micro-plásticos no mar”.

“Recentemente desloquei-me para os Países Baixos, onde está o armador ou construtor do Baía Farta, para assinar um acordo que define o deadline (prazo) da reparação das inconformidades e, consequentemente, a entrega do navio ao Governo angolano, até Maio de 2024”, reforçou.

Entretanto, Carmen dos Santos clarificou que “o único problema do navio prende-se com a questão dos guinchos, que devem ser reparados nos prazos definidos no acordo rubricado.

Lembrou que, neste momento, o navio científico mantém-se atracado em Cape Town, na África do Sul, onde a empresa responsável (Damen) pela reparação tem o seu estaleiro.

Adiantou também que tão logo o Baía Farta regresse para Angola, o sector das Pescas vai implementar os programas de investigação científica, um instrumento que serve de base para definir os Totais Admissíveis de Captura (TAC) e o modo de gestão sustentável da actividade pesqueira no país.

A par disso, a ministra avançou que o Instituto Nacional de Investigação Científica, Pesqueira e Marinha está a preparar as equipas habituadas a fazer cruzeiros de pesquisas, em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, sigla inglesa), assim como o navio norueguês ‘Dr. Fridtjof Nansen’ e o Instituto Oceanográfico espanhol.

Portanto, a também bióloga e académica Carmen dos Santos considera de extrema importância Angola ter disponível o seu próprio navio de investigação, para sistematização da informação e melhoria substancial da gestão dos recursos marinhos, bem como reforçar as más práticas dentro do ordenamento pesqueiro angolano, com vista a garantir uma pesca sustentável.

Para além disso, o navio oceanográfico angolano de investigação científica Baía Farta, que chegou ao país em 2018, abarca distintas valências, nomeadamente sofisticação científica e tecnologia, dispositivos de pesquisa de ocorrências de micro plásticos e instalação de um sistema organizado de lota (infra-estrutura implantada em terra, na área de um porto de pesca ou em zona ribeirinha para comercialização do pescado).

Adicionalmente, o Baía Farta é um navio de investigação pesqueira e oceanográfica, com capacidade para realizar a monitorização dos recursos pesqueiros, investigação de ecossistemas e levantamentos hidrográficos e geológicos.

Baía Farta inoperante desde 2021

Após a sua chegada ao país, a embarcação foi submetida à primeira fase de testes/provas do mar, decorrida de 1 a 8 de Abril de 2021, nas águas oceânicas nacionais e internacionais, para aferir a superação das inconformidades e avarias detectadas ao longo do percurso Roménia (país de origem)/Angola, um ensaio que foi bem sucedida.

Na sequência, o Baía Farta efectuou o seu segundo cruzeiro científico em Angola, em Julho de 2021, uma operação que foi suspensa, por tempo indeterminado, para afinação/calibragem de equipamentos periféricos do navio.

Essa anomalia surgiu após o primeiro cruzeiro de arrasto demersal (pesca de espécies no fundo do mar, como os esparídeos, corvinas, roncadores, garoupas e outras tipologias de cardume de interesse comercial, realizado de 25 de Maio a 3 Junho de 2021, na Região Norte do país.

No entanto, desde 2021 até à presente data, o aparelho continua parado para reparação das referidas inconformidades.

Com um comprimento de 74,1 metros, o navio angolano, tem capacidade para embarcar 51 pessoas (29 tripulantes e 22 cientistas) e uma autonomia de 29 dias em mar.

O navio, orçado em cerca 80 milhões de dólares, dispõe de uma sala acústica, quatro laboratórios, um ginásio, camarotes duplos, cozinha, área de serviço com 15 monitores de comando e três computadores para o comando do Sonar (aparelho electrónico utilizado, geralmente, na navegação naval, para medir a distância entre a superfície da água e o fundo marinho). QCB





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