Moçâmedes - O ministro dos Recursos Minerais e Petróleos, Diamantino de Azevedo, lançou hoje, sexta-feira, no município da Bibala, província do Namibe, a primeira pedra para a construção da Central Fotovoltaica, que vai produzir 50 megawatts (MW) de energia eléctrica.
O projecto em instalção na zona desértica do Caraculo, em duas fases, está orçado em mais de 30 milhões de dólares americanos e criou 350 empregos directos para jovens da localidade.
O ministro disse que o sector do petróleo e gás está ciente das suas responsabilidades, como pilar da transição energética, pelo que continuará a precisar dos combustiveis fosseis por décadas.
“Os países produtores de hidrocarbonetos precisam cada vez mais de fazer vincar essa posição a nível do mundo, para impedir o aumento da pobreza energética”, afirmou.
Salientou que a Sonangol, com esse projecto, demonstra a sua estratégia em transformar-se numa empresa de energia e não se manter somente nos hidrocarbonetos.
Disse haver outros projectos em curso, como o da energia solar e de bio-combustíveis, em que a província do Namibe também foi contemplada.
“Não estamos a realizar esses projectos de forma empírica. Como não queremos passar ao lado da transformação que está a viver o nosso planeta, criamos o centro de pesquisa de desenvolvimento da sonangol e alargamos o seu objecto social”, acrescentou.
O ministro ressaltou que o projecto contribuirá para o desenvolvimento sustentável das comunidades nas áreas circundantes, que beneficiarão de intervenção social, como o acesso à energia, água, educação e saúde.
Numa primeira fase, a infra-estrutura, a primeira do género em Angola, que vai produzir 25 MW de energia para beneficiar o municipio de Moçâmedes.
A infra-estrutura é primeira a contar com investimento privado tem beneficios para o ambiente, reduzindo a emissão de gases de efeito estufa, por um lado, e promovendo poupanças de dezenas de milhões de dóares na substituição de combustiveis fósseis usados actualmente.
O administrador Executivo da Sonangol, Baltazar Miguel, disse que o acto de hoje simboliza o primeiro passo da entrada da empresa nas energias verdes e abre-se uma nova fase para o sector petrolifero.
Explicou que a escolha da província do Namibe, concretamente da localidade de Caraculo, deveu-se ao seu elevado potencial de irradiação solar.
A Central Fotovoltaica do Caraculo é uma fonte adicional de produção de electricidade para o Namibe, a partir da energia solar.
O governador do Namibe, Archer Mangueira, reconheceu que a produção dessa energia irá contribuir, em grande medida, para o processo de electrificação da província.
“A principal vantagem deste projecto é que contribuirá para o desenvolvimento sustentável das nossas comunidades, que terão importantes melhorias nas suas vidas, com mais e melhor acesso à água, saúde e educação, além, evidentemente, da electricidade”, disse.
Frisou que o projecto tem um significado nacional para a prosperidade do país e para o Governo de Angola, na medida em que irá contribuir para a realização dos objectivos do “Plano de Acção do Sector de Energia e àgua 2018-2022”.
O director-geral da petrolífera italiana Eni, Andriano Mongini, sublinhou que o projecto contribuirá para a transição energética de Angola, de acordo com as metas estabelecidas pelo Governo angolano para o sector, em conformidade com os objectivos de desenvolvimento sustentável da ONU.
“A Eni está empenhada numa transição energética que seja socialmente justa e que, através de soluções tangíveis, preserve o ambiente e proporcione a todos o acesso à energia de que necessitam. Como tal, e como accionista da Selanova, estamos orgulhosos de estar aqui hoje”, realçou.