Lobito - O movimento de carga no Porto do Lobito poderá, este ano, aproximar-se dos dois milhões de toneladas, afirmou, esta quarta-feira, o ministro dos Transportes, Ricardo D'Abreu.
O governante, que discursava na cerimónia de inauguração do Terminal Polivalente (carga geral e contentorizada) a favor do consórcio Africa Global Logistics, referiu-se às cifras atingidas em 2023, onde foi alcançado um resultado líquido superior a 29 mil milhões de kwanzas, com uma carga movimentada aproximando-se a um milhão e 400 mil toneladas.
"O números que acabamos de sistematizar são promissores e fazem-nos acreditar que os esforços implementados e os modelos de gestão perseguidos, são o caminho certo para o progresso e dinamização da actividade portuária nacional', afirmou.
O ministro advoga que o Porto deve ter uma gestão profissional, rígida e orientada pelas melhores práticas internacionais, para que seja capaz de apresentar-se como um dos melhores da África Austral.
"Assumimos o contrato de concessão do terminal com um acordo logístico multimodal de referência em África, cujas actividades se desenvolvem nas áreas de gestão da logistica, do agenciamento marítimo e das concessões ferroviárias", afirmou.
Ricardo D'Abreu lembrou que a AGL está presente em 49 países, opera em 21 concessões portuárias, incluindo dezassete terminais de Ro Ro, dois terminais de produtos florestais, duas concessões ferroviárias e na ligação da Costa do Marfim e Burquina Fasso.
O governante recordou que é detida pelo grupo MSC (Mediterranean Shipping Company), líder global de transportes maritimos que operam em mais de 155 países, com mais de mil empregados e cuja capacidade financeira é reconhecida internacionalmente, assim como a sua idoneidade.
"Significa que o Governo angolano, através do Ministério dos Transportes, fez a melhor escolha entre os concorrentes que se interessaram neste projecto e veremos o Porto do Lobito a funcionar com elevados níveis de eficiência e rentabilidade, com recurso à mais moderna tecnologia", considerou.
Ricardo de D'Abreu afirmou que o pagamento à entidade concedente, no valor de 115 milhões de dólares, dos quais 80 milhões já foram pagos, a execução de um ambicioso plano de investimento de mais de mais de 200 milhões de dólares, a manutenção dos postos de trabalho dos profissionais afectos ao terminal polivalente e a implementação de um arrojado plano de formação, com vista a capitalização dos trabalhadores angolanos, são assuntos a considerar.
A estes, acrescentou a inserção de quadros a nivel médio e superior nas diferentes concessionárias e na estrutura de decisão da mesma, conforme previsto na legislação em vigor sobre o investimento privado e sobre o fomento do trabalho nacional.
O ministro disse que "o dia de hoje marca a gestão de um antes e depois de uma infra-estruturas que sempre foi importante mas que se tornou crucial depois da concessão à Lobito Atlantic Railway do Corredor do Lobito, para os três países que se ligam directamente, nomeadamente Angola, República Democrática do Congo e a Zâmbia".
"Há pouco mais de três meses, no dia 11 de Dezembro de 2023, assinamos aqui no Lobito o contrato de concessão do terminal com a AGL, depois de concluído um processo concursal internacional que lançamos e no final das negociações, bastante intensas, que se realizaram entre as duas equipas", disse o ministro.
O Terminal Polivalente tem uma área total de 241 milhões, 540 mil e 94 metros quadrados e um cais acostável de mil e 199 metros.
Possui uma profundidade de 14.7 metros com capacidade para 600 mil toneladas para carga geral e de 250 mil contentores de 20 pés/ano. TC/CRB