Luanda - O ministro dos Recursos Minerais Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, deu a conhecer, esta terça-feira, a construção de um laboratório de derivados de petróleo em Luanda, avaliado em cerca de 10 milhões de dólares.
Falando durante uma audição parlamentar a 5.ª Comissão de Trabalho Especializado da Assembleia Nacional (CTE), versada a questões de economia e finanças, o governante disse igualmente que o país vai ganhar uma fábrica de produção de botijas de gás, sem avançar horizonte temporal.
Sublinhou a existência de vários instrumentos para estabilizar a produção petrolífera e diminuir o declínio da mesma, tendo acrescentado que, posteriormente a Luanda, serão implementados laboratórios a nível regional.
Destacou a liberação da comercialização de derivados de petróleo no país, sendo que as autorizações para os postos de abastecimento de até 200 metros cúbicos passaram para as províncias.
O país tem mil 565 postos de abastecimento, dos quais 900 activos.
Diamantino Azevedo, cuja audição levou mais de quatro horas, falou de projectos estruturantes do sector, bem como sobre autonomia na armazenagem de derivados, tendo perspectivado aumento da capacidade nesse processo.
Reiterou que Angola produz 20% das necessidades dos combustíveis e 80% continua a ser importado.
Segundo o ministro, com as refinarias em construção, vai satisfazer-se as necessidades internas e ter produtos para vender, uma vez que o país terá capacidade de 420 mil barris/dia.
Perspectivou que a reactivação do Terminal Oceânico da Barra do Dande (TOBD), a ser inaugurado no próximo ano, vai contribuir para que não falte petróleo refinado para o consumo no país e para exportação.
Referiu-se também ao arranque, em 2025, das obras de construção da refinaria de Cabinda, com capacidade para 60 mil barris de petróleo/dia, dividido em três fases, sendo duas de 30 mil barris cada e a terceira para optimização.
Sobre a refinaria do Soyo, projectada para 100 mil barris/dia, disse que a empresa encarregue da construção está com muitas dificuldades para conseguir financiamento, tendo lhe sido dado um prazo para mobilizar fundos.
Já a refinaria do Lobito (200 mil barris), assegurou estar em construção, apesar de continuar à procura de parceiros investidores para alavancar o projecto.
Ao responder sobre o processo de privatização da Sonangol e da Endiama, Diamantino Azevedo esclareceu tratar-se da venda em bolsa de até 30%, cada, das acções de ambas as empresas.
No seu entender, o processo tem elementos que devem ainda ser afinados, além de um excesso de 40% de trabalhadores a mais.
Responsabilidade social
Em relação a isto, disse existirem projectos sociais que em geral são discutidos com os governos provinciais e todos os actores, tendo o sector apresentado um relatório exaustivo, que foi enviado à Assembleia Nacional.
Explicou que de 2017 até 2023 foram investidos cerca de 575 milhões de dólares em vários projectos, ligados maioritariamente às áreas da saúde e educação.
Citou a título de exemplo, a construção em diferentes localidades de centros de formação, de abastecimento de água, de electricidade, construção de fábricas de leite soja e de padaria para a merenda escolar, bem como de universidades.
Recomendações
A presidente da Comissão de Economia e Finanças, Aia-Eza da Silva, recomendou ao sector melhor aproveitamento dos quadros, face às necessidades a todos os níveis, devendo o Ministério encontrar junto de outros departamentos ministeriais.
Solicitou também a disponibilização dos vários relatórios existentes, formação, conteúdo local.
Reforçou a necessidade de se encontrar meios-termos mais sustentáveis com os investidores, permitindo gerar riqueza e ajudar o empresariado nacional para que se consiga firmar no mercado. HM/VC