Luanda – O secretário de Estado para a Comunicação Social, Nuno Caldas Albino, instou esta terça-feira, em Luanda, os jornalistas a desenvolver um trabalho abrangente sobre o processo de Recenseamento Geral da População e Habitação (RGPH-2024).
O governante, que falava durante o primeiro seminário de capacitação sobre o Censo2024, considerou que os jornalistas desempenham um papel crucial na mobilização dos cidadãos para a sua participação em massa no processo, que acontece a 19 de Julho deste ano.
Para o secretário de Estado, os profissionais da comunicação social constituem um veículo insubstituível na interacção e transmissão da importância da realização do recenseamento geral da população e habitação, no sentido de obter-se os melhores resultados.
Dezenas de participantes, de diferentes órgãos de comunicação social, em Luanda, foram capacitados em matérias relacionadas com os objectivos, a importância, os princípios básicos e as etapas para a realização do Censo, numa iniciativa do Instituto Nacional de Estatística (INE), em coordenação com o Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS).
No entender de Nuno Caldas Albino, a acção formativa vai permitir aos profissionais melhor tratamento das matérias, bem como facilitará a publicitação entre as famílias e qualidade na cobertura.
Por seu turno, o director-geral do INE, José Calienji, disse ser esta classe a principal porta-voz do processo, pelo que apelou para a criação de conteúdos que elevem a disseminação desta actividade.
“Faltam 94 dias e urge a necessidade de levar mais informações às comunidades por meio dos órgãos de comunicação, nas diferentes línguas nacionais”, defendeu.
No entanto, alguns participantes ouvidos pela a ANGOP foram unânimes ao considerarem oportuno o encontro.
Segundo Fowem Macanja, da Rádio Nacional de Angola (RNA), o seminário serviu para dirimir algumas dúvidas, particularmente ligadas ao tratamento a proceder em relação aos cidadãos estrangeiros, aos ausentes por viagem e da população carcerária.
A também radialista Mariquinha João, da Rádio Prenda, destacou a importância das famílias reconhecerem a necessidade da participação de todos no processo, uma vez que o mesmo permitirá um acompanhamento das comunidades pelo Governo e assim atender as reais necessidades locais.
Já Amélia Cabinda, da Rádio Mais, sublinha ter absorvido boas ferramentas de trabalho para o recenseamento da população.
Censo/2024
O Recenseamento Geral da População e Habitação (RGPH-2024), conhecido como Censo/2024, será realizado nas 18 províncias do país, 164 municípios e 562 localidades entre comunas, distritos, bairros e aldeias, num espaço de 30 dias.
O processo tem como base a pesquisa de dados que permitam maior equidade na distribuição de riqueza, alocação dos fundos para o acesso à habitação, saúde, educação, emprego e saneamento básico.
Esta operação é financiada, maioritariamente, pelo Executivo angolano e conta com a assistência técnica de consultorias internacionais do Brasil, África do Sul e Portugal, bem como apoio financeiro do Banco Mundial.
Censo Piloto
É a etapa que serve de base para testar e verificar a capacidade de recolha de informações a nível do território nacional, tendo decorrido de Julho a Setembro do ano transacto em sete províncias, nomeadamente Luanda, Bengo, Lunda-Norte, Uíge, Bié, Cuando Cubango e Cunene.
No censo realizado em 2014, Angola tinha 25 milhões 789 mil e 24 habitantes, dos quais seis milhões 945 mil e 386 viviam na capital do país.
O processo permitiu saber que a maioria da população do país era composta por mulheres, exactamente 13 milhões 289 mil 983, enquanto os homens eram 12 milhões 499 mil 041.
O censo geral de 2024 será o segundo após a independência nacional, terceiro na história do país, depois dos realizados em 2014 e no período colonial, em 1970. OPF/VC