Luanda – O ministro dos Transportes, Ricardo Viegas D’Abreu, enalteceu, nesta quinta-feira, a parceria estabelecida com a China nos mais variados domínios, com destaque para o económico.
"A parceria evoluiu ao ponto daquele país asiático ser o primeiro destino das exportações angolanas e o segundo parceiro importador, além de ser o principal credor internacional devido ao apoio do programa de investimento público de Angola, parcialmente financiado por linhas de crédito do Governo chinês e instituições financeiras", destacou o ministro.
Dados apontam que entre 2002 a 2018, a China concedeu a Angola 256 empréstimos no valor de 43,2 mil milhões de dólares.
Ricardo D'Abreu, que representou o país na conferência online de Cooperação Económica e Comercial China-África 2020, afirmou que a China sempre desempenhou um papel importante e relevante na cooperação com Angola, apoiando o processo social, económico e político.
O governante angolano reconheceu também os apoios prestados na fase de reconstrução do país após mais de 40 anos de guerra civil.
O impacto desta nova fase da cooperação entre os dois países permitiu a Angola, para Ricardo D'Abreu, ter um desempenho significativamente positivo durante o período entre 2005 e 2012, atingindo níveis de crescimento económico excepcionais.
Ainda fruto desta relação, a comunidade chinesa em Angola conta com mais de 250 mil cidadãos.
Desafios na cooperação
Quanto à conferência, referiu que assenta na necessidade de se estabelecer os novos fundamentos para a relação futura e cooperação com a China e todo o seu potencial, permitir que o continente africano responda, eficazmente, a três grandes desafios pela frente.
O primeiro tem que ver com o crescimento demográfico no continente, o que precipita, para o governante angolano, os países e governos a tomar decisões políticas para a aprovar mecanismos de criação de empregos e o aumento da qualidade de vida de população.
O ministro destacou ainda a necessidade de investimentos contínuos em infra-estruturas, para se atingir os objectivos estabelecidos pela Carta da União Africana no que respeita ao comércio livre continental.
Ricardo D'Abreu aponta, por último, os desafios ambientais que o continente ainda enfrenta, olhando para a preservação da Biodiversidade que permitirá um processo ordenado e sustentável de exploração dos recursos naturais, bem como responder, com firmeza, aos 17 Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
“É tempo de procurar por uma abordagem muito integrada e coordenada, baseada numa perspectiva mais de partilha de riscos, permitindo ao sector privado e a comunidade empresarial apoiar os esforços governamentais para alcançar um crescimento económico sustentável”, defendeu.
Acrescentou ter chegado o momento de se procurar por benefícios mútuos, para responder aos desafios do futuro e aumentar a contribuição para o PIB global do continente.
Ricardo de D'Abreu convidou os membros da comunidade empresarial presentes no encontro a investir em Angola, apresentando as facilidades e vantagens de investimento estrangeiro em vigor no país.
A nova Lei de Investimento Privado apresenta incentivos fiscais ao investimento privado, o mecanismo de facilitação de vistos, o acordo de dupla tributação, a nova regulamentação das Zonas de Comércio Livre e a entrada em cena da Agência Especial dedicada a facilitar a coordenação do processo administrativo de investimento em Angola.
A conferência reuniu entidades de vários países africanos, âmbito da Expo organizada, este ano, via online, pelo Ministério do Comércio da República Popular da China e pelo Governo Popular da Província de Hunan, devido à Covid-19.