Benguela - Um desfasamento entre a altura da recepção dos fundos resultantes da arrecadação fiscal e o período dos pagamentos esteve na base do atraso dos salários da função pública no mês de Maio, soube a ANGOP, esta sexta-feira.
Essa afirmação foi feita hoje, à imprensa, pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, no final da inauguração de duas unidades fabris na província de Benguela.
Segundo o governante, em alguns meses tem havido esses desfasamentos e foi o que aconteceu no mês de Maio, condicionando o pagamento atempado dos salários.
"Nesta altura, os salários estão regulazizados e vamos procurar, na nossa acção governativa, colocar toda a energia para assegurar que situações como esta não voltem a acontecer", frisou.
José de Lima Massano aproveitou a ocasião para pedir desculpas a todos os trabalhadores da função pública que ficaram lesados por causa do atraso dos salários.
Questionado sobre a subvenção da gasolina para alguns sectores, depois do preço ter subido de 160 para 300 kwanzas o litro, afirmou que o Executivo tem um conjunto de responsabilidades no sentido de fazer o melhor que estiver ao seu alcance para evitar constrangimentos.
Em relação à actual inflação, disse que apesar do Executivo prestar muita atenção ao facto, ainda não tem conseguido alcançar os objectivos no que se refere à sua estabilização.
Referiu-se sobre alguns constrangimentos, como o facto de não ter condições de influenciar o preco do barril de petróleo no mercado internacional, que é o principal produto de exportação, gerador de 95 por cento das reservas cambiais da economia angolana.
Por outro lado, apontou também o facto da produção de petróleo conhecer algum declínio, recentemente.
Disse, no entanto, que existem oportunidades outros sectores do país com os quais é possivel reverter o quadro.
"Temos de ter o propósito de continuar a melhorar o ambiente de negócios, sublinhou.
A propósito da sua missão em Benguela, manifestou a sua satisfação pelo facto das duas fábricas exportarem os seus produtos.
O ministro referiu-se sobre a fábrica de produtos derivados do gesso, dizendo que recebeu informações sobre a primeira exploração dos produtos ali fabricados, muito utilizados na construção civil.
"Por um lado, estamos a aumentar a produção nacional e, por outro, estamos a reduzir a importação, criando postos de trabalho, mais renda e com isso ir melhorando a condição de vida dos nossos cidadãos", afirmou o ministro.
Na sua opinião, o grande desafio do Executivo é continuar a abraçar a criação de condições para que unidades como estas continuem a surgir no país.
José de Lima Massado fez-se acompanhar dos minitros do Comércio e Indústria, Victor Fernandes, das Pescas e Recursos Marinhos, Carmem Sacramento Neto, e da Economia e Planeamento, Mario Caetano João. TC/CRB