Luanda - O ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida, considera "urgente a aprovação de uma estratégia integrada dos mares, por formas a evitar-se a subexploração dos recursos marítimos de Angola”.
"Angola tem um vasto oceano com um potencial ainda subexplorado. E tal diversidade impõe a aprovação urgente de uma estratégia integrada do mar em Angola, cuja deliberação esta em curso", sublinhou, hoje, quarta-feira, em Luanda.
O governante defendeu esta posição na abertura da conferência do mar que decorreu sob o tema "Os desafios para o crescimento da economia azul", em alusão a semana dos oceanos, organizado pelo Ministério da Agricultura e Pescas.
No seu discurso, Adão de Almeida referiu que, apesar desta subexploração, os oceanos contribuíram significativamente para o produto interno bruto, sendo a maior percentagem proveniente da indústria petrolífera.
O ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República acrescentou que além da indústria de Petróleo e Gás, as indústrias Pesqueira e de Transporte Marítimo são outras que têm impacto considerável na economia nacional.
"O sector das pescas teve um desempenho positivo no último ano, permitindo o aumento significativo das capturas de pescado e sal, com a produção a registar incremento de cerca de 198 mil toneladas, contra as 164 mil toneladas em 2021", disse.
Por essa razão, salientou, deve-se aprovar as estratégias, incluindo-se desde já o desenvolvimento da aquicultura marinha das espécies angolanas nativas com maior potencial de cultivo, de modo a melhor a disponibilidade do pescado, com impacto na segurança nutricional alimentar.
Sublinhou que a actual visão da estratégia deve apontar para o desenvolvimento sustentável e competitivo, investindo na qualificação dos recursos humanos e nas infraestruturas de suporte ao aproveitamento económico dos recursos naturais.
Por seu turno, o vice-governador de Luanda para Área Político e Social, Dionísio da Fonseca, manifestou total disponibilidade para continuar a trabalhar com o Ministério da Agricultura e Pescas, bem como com os demais parceiros do sector público-privado.
Desse elenco, referiu-se igualmente às organizações não governamentais, através da promoção de acções, com vista a conservação e utilização sustentável dos oceanos e recursos marinhos.
Dionísio da Fonseca ressaltou que desta forma se estará a contribuir para o alcance das metas previstas para os Objectivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas e com a estratégia Africana da Economia Azul.
"Assumimos aqui o compromisso de continuar a promover as campanhas de limpeza de praias e mares, para a minimização do impacto dos plásticos na vida marinha", frisou o vice-governador de Luanda para Área Político e Social.
Desafios para o crescimento da economia azul
No sector das Pescas, os principais desafios são “sanar” os conflitos entre a pesca artesanal e a semi-industrial, o incumprimento dos limites legislados previamente nas áreas de pesca, o défice do número de fiscais nas áreas de pesca.
Segundo as autoridades, de igual modo, combater-se a utilização de artes de pescas proibidas, como a arte de arrasto de praia, prática que afecta maioritariamente peixes juvenis junto a linha de costa.