Luanda - As empresas de transportes colectivos urbanos da província de Luanda defenderam melhores infra-estruturas rodoviárias e segurança nas estradas, para a prestação de um serviço mais eficiente à população, e pediram maior apoio do Governo e menos burocracia nos processos.
As inquietações foram apresentadas esta quarta-feira, ao ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, num encontro de auscultação aos operadores de transportes colectivos urbanos da província.
O encontro, realizado no CDI na Cidade Alta, contou com a presença dos ministros dos Transportes, Ricardo D’Abreu, das Finanças, Vera Daves de Sousa, e do governador da província de Luanda, Manuel Homem.
Na ocasião, as operadoras colocaram à consideração do governo questões relacionadas com a aquisição de peças e acessórios, a obtenção de divisas para a compra de peças, e avaliaram os efeitos resultantes do recente ajustamento da tarifa.
O presidente da Associação dos Transportes Coletivos Urbanos de Passageiros de Angola (TRANSCOL), Carlos Carneiro, referiu, no final do encontro, que apesar do recente ajustamento dos preços, a actual tarifa não é a desejada pelas operadoras.
“Se olharmos para aquilo que está prognosticado relativamente à tarifa de 0,60 cêntimos de dólar (um dólar vale 852 kwanzas ao câmbio actual), que já faz parte de decretos executivos anteriores, hoje estamos com 0,17, quase 0,18 cêntimos de dólar. A diferença é abismal”, frisou.
O administrador da empresa Rosalina Express, Edgar Oseias, evocou a perda da capacidade de investimento por parte dos empresários do sector.
“A tarifa anterior não gerava receitas suficientes para motivar qualquer forma de investimentos, ao ponto de ter sido o governo a poder fazer a intervenção, a título de crédito, recorrendo ao sistema de pagamento das prestações, para recapitalizar as empresas”, realçou.
Ainda de acordo com Edgar Oseias, as operadoras de transportes pretendem maior apoio institucional do governo e menos burocracia nos processos.
Por sua vez, o presidente da Comissão Executiva da Empresa Nacional de Bilhética Integrada, (ENBI), Mário Nzinghi, defendeu a necessidade de todos os intervenientes do sistema nacional de transportes ajustarem-se à nova forma de serviço para que funcione e corresponda, efectivamente, às expectativas das populações.
“Estamos a falar a nível da organização do próprio sistema, do modelo do sistema tarifário que permita introduzir correções nas tarifas, para que se mantenha ou se garanta a sustentabilidade da própria actividade”, realçou.
O presidente do Conselho de Administração da Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT), Énio Costa, afirmou que a nível da província de Luanda algumas infra-estruturas estão a ser reparadas, apesar das dificuldades financeiras para executar algumas obras.
Disse que do ponto de vista de segurança há um trabalho que está a ser feito com a Polícia Nacional, para o reforço da segurança e uma melhor protecção dos meios circulantes, nomeadamente, dos autocarros e caminhos-de-ferro.
“Há um trabalho conjunto que está a ser feito, que envolve vários departamentos ministeriais. Há uma coordenação que está a ser feita e medidas estão a ser tomadas no sentido de se garantir uma melhor segurança aos operadores de transportes de passageiros e todos aqueles que usam esses serviços públicos”, frisou.MR/VC