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Ministro de Estado desafia bancos comerciais a criar sindicatos para financiar produção alimentar

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  • Luanda • Sábado, 22 Março de 2025 | 21h01
Ministro de Estado para Coordenação Económica, José de Lima Massano
Ministro de Estado para Coordenação Económica, José de Lima Massano
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Luanda - O ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, advogou, esta semana, em Luanda, a necessidade de os bancos comerciais apostarem na criação de sindicatos para financiar e impulsionar a cadeia de produção alimentar no país, à semelhança do que já foi feito no sector do açúcar.

Ao discursar na conferência sobre “Oportunidades de Financiamento ao Sector Produtivo”, promovido pelo Banco Nacional de Angola (BNA), o governante referiu que o objectivo é reduzir a dependência das importações e fortalecer a produção nacional de bens essenciais, como arroz, trigo, carne de frango, óleo alimentar e leite pasteurizado, que representam mais de 85% das divisas empregues na importação de alimentos.

Na óptica do ministro de Estado, o exemplo do açúcar mostrou que, quando há ousadia e compromisso da banca comercial, é possível criar um modelo sustentável de produção nacional, numa alusão ao sindicato bancário que viabilizou a única produtora de açúcar do país, que actualmente cobre cerca de 50% da procura interna.

Evocando “a vontade colectiva de empreender”, José de Lima Massano destacou a importância de formas complementares ou alternativas de financiamento à economia, capazes de impulsionar o sector produtivo, no âmbito da diversificação económica.

Entre as soluções sugeridas, apontou o “project finance” como ferramenta essencial para dinamizar grandes investimentos, bem como o “leasing” de equipamentos ou de  imóveis industriais e a disponibilização de instrumentos de “hedging cambial”, com base em títulos públicos emitidos em moeda nacional, mas pagos em moeda estrangeira, reduzindo os riscos cambiais que afectam muitos negócios.

O investimento em centros logísticos e de processamento alimentar ao longo do Corredor do Lobito, para dinamizar a distribuição e agregar valor aos produtos nacionais, é outro dos exemplos avançados pelo governante.

Para José de Lima Massano, apesar do trabalho desenvolvido e das conquistas alcançadas até agora, é necessário um sistema financeiro mais inovador, capaz de, nas actuais circunstâncias do mercado, estar mais próximo das necessidades financeiras das empresas.

No geral, reforçou que também é essencial desenvolver negócios no sector produtivo em sistemas integrados, estimular e apoiar fornecedores de matérias-primas locais e valorizar a produção nacional de forma abrangente.

O ministro de Estado assegurou, na ocasião, a continuação dos investimentos em infra-estruturas de apoio à produção, assim como a identificação de oportunidades concretas para melhorar o ambiente de negócios, incluindo a atribuição de benefícios fiscais, como aconteceu recentemente com a redução do IVA para bens de equipamento.

“O desenvolvimento da economia e o bem-estar da nossa população dependem, em grande parte, de como investimos, financiamos e integramos hoje o sector produtivo da nossa economia, pelo que contamos com os estímulos orientadores dos reguladores do sistema financeiro, o engenho prudente, mas criativo, dos financiadores e a resiliência, perspicácia e sentido de oportunidade dos operadores do sector produtivo, para juntos construirmos uma economia mais forte e dinâmica”, concluiu. QCB





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