Icolo e Bengo - O ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, afirmou esta quarta-feira, em Abu Dhabi, que os desafios para a expansão da rede de transporte da energia elétrica, ainda são imensos.
"Os desafios ainda são imensos face à necessidade de se garantir a expansão da rede de transporte de energia, de modo a escoar-se um total de 2 GW da energia disponível, incluindo a sua interligação com os demais países, no quadro do comércio internacional de energia intra-africano, em particular com a República da Namíbia e a República Democrática do Congo", afirmou o ministro.
O responsável teceu estas considerações quando intervinha na abertura oficial, da 14ª Assembleia da Agência Internacional para as Energias Renováveis (IRENA), em Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos.
Segundo uma nota de imprensa a que ANGOP teve acesso, João Baptista Borges informou aos presentes que com isto, Angola pretende alcançar diversas vantagens com a comercialização do excedente de energia no mercado regional.
Associados a estes esforços, destacou que o país tem em curso importantes reformas do seu quadro legal do Sector Eléctrico, como a criação do regime legal dos Produtores Independentes de Energia, Este produtores, prosseguiu, gozam de privilégios específicos, no âmbito da legislação em vigor, actuando em regime de livre concorrência de mercado e dispondo de liberdade contratual para a venda de energia ao sector eléctrico público, mediante a celebração de contratos de aquisição de energia com o operador de mercado.
Nesse evento que decorre até quinta-feira (18), Angola é vice-presidente juntamente com a República Dominicana, Geórgia e República do Iraque, sob a Presidência do Ruanda.
O governante informou aos presentes que Angola atingiu, nos últimos anos, um crescimento exponencial da sua capacidade instalada de produção de energia eléctrica.
Detalhou que o país passou, nos últimos oito anos, de 2,4 GW em 2015 para 6,2 GW, tendo os 39% de geração hídrica catapultado para cerca de 60%, a geração térmica declinada de 61%, em 2015, para cerca de 36% em 2023. Este desenvolvimento na matriz de geração deu-se graças a conclusão do Aproveitamento Hidroeléctrico de Laúca, que tem uma capacidade de produção de 2 GW.
Fez saber que está igualmente em curso, a construção do Aproveitamento Hidroeléctrico de Caculo-Cabaça, que quando concluído contribuirá para atingir a meta de produção de 9 GW.
O ministro acrescentou que Angola deu continuidade ao processo de reestruturação da matriz energética, tendo concluído, em 2022, as Centrais Fotovoltaicas do Biópio com cerca de 188,80MW, e da Baía Farta com cerca de 96,70 MW, que contribuem com aproximadamente 4% da Matriz Pública de Produção Eléctrica.
Essas infraestruturas permitem uma economia anual de três milhões de toneladas de combustíveis fósseis e, consequentemente, uma redução de emissões de dióxido de carbono na ordem de nove milhões de toneladas.
A matriz de produção de electricidade inclui igualmente a primeira fase da Central Fotovoltaica de Caraculo com cerca de 25 MW, num projecto que prevê atingir os 50 MW.
Conforme o governante, as acções estratégicas do Sector reflectiram-se no aumento da taxa de electrificação para 43% e simultâneo decréscimo do consumo anual do gasóleo nas centrais termoeléctricas de 1,36 mil milhões de litros, em 2015, para cerca de 560 milhões de litros consumidos no ano de 2023, um decréscimo de quase 60% em oito anos.
O evento está a discutir, entre outros temas, "As tecnologias emergentes", "investimentos", "políticas regulatórias" e "cooperação internacional para enfrentar os desafios da transição energética". AJQ