Lubango – Angola precisa de utilizar os seus recursos minerais com mais racionalidade, respeito pelo ambiente e consideração pelas comunidades das áreas mineiras, defendeu esta terça-feira, no Lubango (Huíla), o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás.
Diamantino de Azevedo, que falava num encontro com a comunidade académica da Universidade Mandume Ya Ndemofayo, para saudar o Dia do Trabalhador Mineiro, que hoje se assinala, cujo acto central a Huíla acolhe, defendeu a necessidade de evitar o “extremismo” na exploração dos recursos, para evitar males maiores no futuro.
“Não devemos ser extremistas, mas sim procurar o equilíbrio, porque a vida na terra não se fará e nem se faz sem os recursos minerais”, alertou.
Na ocasião, Diamantino de Azevedo falou dos projectos em curso no sector como o início da exploração do manganês em Malange, assim como a transferência da sede da Endiama Mining e da Fundação Brilhante para o Dundo (Lunda Norte), levando-os mais perto das operações mineiras, de modo a serem mais actuantes nos projectos que o grupo desenvolve.
Noutra vertente, o ministro voltou a reafirmar a necessidade do país aumentar a capacidade de lapidar o diamante, fixada actualmente em apenas um por cento do produto bruto que explora.
Disse que este quadro deverá ser invertido, ainda este ano, com a inauguração do Polo de Lapidação de Diamantes de Saurimo.
Por outro lado, Diamantino de Azevedo fez saber que com os novos laboratórios geocientíficos que o país está a ganhar, um deles inaugurado hoje na Huíla, estão a ser criadas as condições para que, aos poucos, Angola deixe de enviar amostras de minérios ao exterior.
Referiu que os laboratórios estão equipados com tecnologia de ponta e manuseados por técnicos capazes, o que vai ajudar a mobilizar novos investimentos para o sector.
“O país já possui oito laboratórios e é necessário que a academia faça o bom uso desses instrumentos, pois o investimento da mineração precisa da investigação científica”, disse.
Em relação à província da Huíla, disse que a reactivação da exploração do ferro em Cassinga (município da Jamba, Huíla), que tem um novo parceiro, é a prioridade, um investimento que prevê a construção de uma siderurgia no Namibe.
Projecto de Cassinga, em 1978 teve o registo do maior carregamento de ferro no Mundo, num único navio, no Porto Mineiro de Sacomar.
Ainda na Huíla, deu a conhecer que estão em curso trabalhos de prospecção de ouro (Chipindo), nióbio (em Quilengues), diamantes (Quipungo e Jamba), sendo que alguns deles darão em minas de exploração, devendo contar com o sector privado.
Revelou também que nessa província, o Instituto Geológico de Angola está a desenvolver um estudo com sua congénere alemã de aquíferos subterrâneos, para providenciar conhecimentos técnicos e científicos que visam a abertura de furos de águas para a população e actividade económica da região.