Soyo – A ministra das Pescas e Recursos Marinhos, Cármen dos Santos, recomendou, quinta-feira, na cidade do Soyo, província do Zaire, a necessidade da valorização de espaços e recursos marinhos nacionais, para a sustentabilidade e protecção da biodiversidade.
Ao falar num workshop sobre “novas tecnologias para um transporte mais ecológico”, inserido no Dia Mundial do Mar, assinalado quinta-feira, a governante destacou a importância dos mares e oceanos como fonte de vida.
Sublinhou que os mares e oceanos constituem verdadeiros “pulmões” do oxigénio, suportes dos ecossistemas, reguladores do clima, produtores de alimentos, geradores de empregos e reservatórios de água.
A ministra lembrou que Angola é detentora de uma vasta plataforma marítima que transita pela zona central e austral de África.
Cármen dos Santos sublinhou que a relevância desta dimensão marítima, do ponto de vista sócioeconómico e geoestratégico, faz do país um actor activo e participativo na abordagem das grandes temáticas globais e regionais sobre os oceanos.
Neste sentido, considerou fundamental a partilha de conhecimentos, no domínio dos oceanos e mares, para a definição de estratégias comuns tendentes à sua protecção e preservação dos seus recursos.
Para o efeito, desafiou os Estados a definirem soluções de governação global que garantam a sustentabilidade da economia azul, tendo destacado a necessidade de se continuar a promover a consciência para a sua utilização e exploração eficientes.
Conforme a ministra, a sustentabilidade dos mares e dos oceanos depende de uma abordagem múltipla, inclusiva, integrada e global em que as diversas partes envolvidas devem criar sinergias e demonstrar competitividade territorial, de modo estabelecer equilíbrio entre a exploração e a conservação destes espaços.
Definiu três pilares assumidos por Angola, no quadro do ordenamento integrado que visa o crescimento inclusivo e o desenvolvimento sustentável, nomeadamente o social, económico e ambiental, destinados a aliviar a pobreza, fome e a má nutrição.
Do ponto de vista económico, segundo ainda a titular das Pescas e Recursos Marinhos, os oceanos estão na base de diversas actividades económicas, tais como a pesca, extracção mineira e de hidrocarbonetos, transporte e turismo.
Chamou especial atenção, aos jovens, às mulheres, instituições públicas e outras a prevenirem acções poluidoras dos mares e oceanos, apostando na reutilização e reciclagem de materiais prejudiciais ao ambiente marinho.
O dia mundial do mar está a ser assinalado, em 2022, sob o lema ”novas tecnologias para uma navegação mais verde”, sob égide da Organização Marítima Internacional.
O lema escolhido remete à humanidade a reflectir sobre a necessidade de apoiar a transição verde do sector marítimo, com vista a garantia da sua contínua exploração sustentável e sem deixar ninguém para trás, num mundo pós-pandemia da Covid-19.
Angola, banhada pelo Oceano Atlântico na costa oeste de África, tem uma extensão costeira de 1.650 quilómetros e uma zona Económica Exclusiva (ZEE) de cerca de 518, 433 quilómetros ao quadrado.
Participaram no workshop, membros do governo provincial do Zaire, técnicos do ministério de tutela, representantes de organizações ambientalistas nacionais e locais, agentes ligados à cadeia pesqueira, entre outros convidados.