Ministra das Finanças recomenda rigor à nova gestão do BPC  

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  • Luanda • Sexta, 21 Outubro de 2022 | 15h04
Ministra das Finanças, Vera Daves
Ministra das Finanças, Vera Daves
Francisco Miúdo

Luanda – A ministra das Finanças, Vera Daves, recomendou hoje, sexta-feira, ao novo Conselho de Administração do Banco de Poupança e Crédito (BPC) rigor e equilíbrio das normas, bem como respeito pelas boas práticas de governação corporativa.

Vera Daves, que falava no acto de tomada de posse da nova equipa de gestão do BPC, agora liderada por Cláudio Pinheiro Macedo, recomendou, também, a necessidade de se manter um bom clima organizacional, bom espírito de trabalho e boas relações institucionais com diferentes partes interessadas, “porque pontes não podem ser queimadas”.

Para esclarecer a expressão “pontes não podem ser queimadas”, a ministra disse que o BPC, por razões próprias, se relaciona com diversos órgãos do Estado e instituições e deve saber, inteligentemente, encaminhá-los para o bem-fazer as coisas, a fim de evitar a situação de quase colapso em que se encontrava. Não podemos voltar a esse tempo”, sublinhou.

Aconselhou os gestores a não desistir de encaminhar os órgãos do Estado, mas devem ter a inteligência emocional e a sabedoria para fazerem as coisas sem melindrar as partes interessadas. “Tentem continuar com paciência e inteligência”, recomendou a ministra.

Recomendou ainda para fazerem recurso à própria ministra, em busca de apoio e soluções, sempre que se sentirem em apuros na relação com gestores do Estado nas suas transacções, “sem se voltar ao tempo em que tudo era possível no BPC”.

“Quando nos relacionamos com os órgãos do Estado, há muitos chefes, e todos, em determinados aspectos, podem puxar dos seus galões. Se isso vier a acontecer, não se coíbam de buscar ajuda para resolver os problemas”, realçou a governante.

Apelou aos gestores para serem diligentes, valorizarem o dinheiro dos clientes, gerirem bem o banco e prestarem serviços de qualidade, assegurando que é rentável e goza de boa reputação.

Para que isso seja alcançado, afirmou, é importante que haja pessoas, sistemas e processos, isto é, “pessoas formadas, comprometidas com o trabalho, afectas à função adequada ao seu perfil e que estejam preocupadas em prestar serviço”.

Disse, igualmente, ser necessário avaliar e ver onde se precisa de capacitar e optimizar os quadros, a fim de que o BPC seja reconhecido como tendo qualidade na prestação de serviços.

Quanto aos sistemas, afirmou que é necessária robustezestabilidade e integração e que não sejam um calcanhar de Aquiles ao banco. “Não podemos continuar a ser conhecidos como o banco em que há problemas de sistema. “Temos de mudar esse quadro”.

Em relação aos processos, referiu que, para se saber se está a fazer bem e se é possível fazer melhor, é preciso que a instituição, em diferentes níveis e de acordo com a sua área de especialização, tenha consciência.

Reconheceu, inclusive, a dedicação do anterior PCA, André Lopes, realçando que cessou por razões pessoais e que, durante a sua gestão, não obstante os diversos problemas da instituição sobre créditos malparados, ataques cibernéticos, implementação do Programa de Recapitalização e Reestruturação (PRR), redução da estrutura física e redução de pessoal, manteve o rigor e o equilíbrio.

O novo Conselho de Administração do BPC é constituído por sete administradores e dois presidentes, sendo um do conselho e outro da comissão-executiva. Uma parte da actual equipa já vem da gestão anterior.

O BPC está, desde 2019, a implementar o PRR, a fim de melhorar o seu posicionamento no mercado, muito afectado pelo crédito malparado e pelos ataques ao seu sistema informático.

Trata-se de um banco de capitais públicos, cujos accionistas são o Ministério das Finanças, com 53,3%, o Instituto de Segurança Social das Forças Armadas Angolanas (ISSFAA - 3,7%), o Instituto Nacional da Segurança a Social (INSS - 5,6%) e o Instituto de Gestão de Activos  e Participação do Estado (IGAPE - 37,3%).

 

 

 



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