Luanda - A população mundial ultrapassou os oito mil milhões de pessoas nesta terça-feira (15), fruto da melhoria progressiva da esperança de vida (longevidade) e dos avanços na saúde pública, nutrição, higiene pessoal e medicina, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
De acordo com a ONU, esse crescimento populacional sem precedentes “é um importante marco no desenvolvimento humano”.
“Esta é uma ocasião para admirar os avanços na saúde, que aumentaram a longevidade e reduziram drasticamente as taxas de mortalidade materno-infantil”, reconheceu o secretário-geral da ONU, António Guterres, citado pela CNN Brasil.
Ao mesmo tempo, António Guterres recordou que a melhoria desses indicadores devem servir de um lembrete “à nossa responsabilidade compartilhada de cuidar do nosso planeta, assim como reflectir que ainda estamos aquém dos nossos compromissos com o outro”.
A par disso, o crescimento da população mundial também apresenta enormes desafios para os países mais pobres, onde é mais acentuado.
A Terra tinha menos de mil milhão de pessoas no século XIX, mas levou apenas 12 anos para crescer de sete para oito mil milhões, projectando-se cerca de 15 anos para chegar a nove mil milhões, em 2037.
A ONU projecta ainda um “pico” de 10,4 mil milhões de pessoas, sendo mais da metade do crescimento populacional até 2050 virá de oito países: República Democrática do Congo (RDC), Egipto, Etiópia, Índia, Nigéria, Paquistão, Filipinas e Tanzânia.
Índia ultrapassa China
Conforme a ONU, é dos países que apresentam alta concentração de pobreza que o crescimento populacional apresenta grandes desafios, ou seja, a persistência de altos níveis de fertilidade, que impulsionam o rápido crescimento populacional, é ao mesmo tempo um sintoma e uma causa do lento progresso em matéria de desenvolvimento.
Por exemplo, a Índia, com 1,4 mil milhão de habitantes, vai tornar-se no país mais populoso do mundo em 2023, superando a China.
Em Mumbai, uma das cidades mais populosas da Índia, cerca de 40% da população vive em favelas, áreas pobres superlotadas, formadas por habitações precárias e improvisadas, a maioria sem água, electricidade e saneamento.