Talatona – As empresas do Sector Empresarial Público (SEP) registaram, em 2022, lucros na ordem de 67,7%, correspondendo a 2 661,5 mil milhões de kwanzas, um crescimento de 17,1% face a 2021.
Com estes resultados, o Estado a recebeu dividendos cifrados em 2,2 mil milhões de kwanzas.
Em 2021, os lucros, antes de juros, impostos, depreciação e amortização ( EBITA), foram de 2 273,8 mil milhões de kwanzas, com dividentos em torno de 1,84 mil milhões.
O universo do SEP para 2022, foi de 92 empresas, das quais 71 empresas, 55 públicas e 16 de domínio público.
De acordo com dados apresentados, esta sexta-feira, pela ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, a proporção de empresas com contas aprovadas sem reservas foi de 32,4%, um aumento de 13,6 pontos percentuais, comparativamente aos 18,8% do exercício anterior.
Vera Daves, que falava na abertura da cerimónia de apresentação do relatório agregado do sector empresarial público, referente a 2022, afirmou que o país continua a registar um elevado fluxo de recursos do Estado para as empresas, na forma de subsídios operacionais e capitalizações.
Tais operações em conjunto demandaram do Orçamento Geral do Estado(OGE) de 2022 em 466 mil milhões de kwanzas.
Por contraponto com essa magnitude de recursos, que ainda são despendidos pelo Estado, a governante deu a conhecer que os dividendos recebidos foram na ordem de 2,2 mil milhões de kwanzas.
Para Vera Daves de Sousa, é justo reconhecer que estes números retiram visibilidade plena ao trabalho que tem sido desenvolvido ao nível da gestão e dos resultados financeiros de algumas empresas públicas, que começam a dar dividendos ao Estado.
Contudo, segundo a ministra, é preciso que as empresas do SEP contribuam mais para a economia, porque, a seu ver, não é razoável que o activo agregado do sector corresponda a 51,4% do Produto Interno Bruto nominal e, no entanto, o volume de negócios anual por si gerado corresponda apenas a 16,9% do mesmo indicador.
Vera Daves explicou que a reforma do sector empresarial público coloca em evidência a necessidade de melhorar a autonomia financeira das empresas, eliminar as fontes permanentes de risco fiscal e criar os incentivos adequados para que as empresas sejam rentáveis e paguem dividendos ao accionista, ou seja ao Estado.
“Pretendemos, cada vez mais, abandonar a lógica dos subsídios e permanentes recapitalizações e racionalizar os recursos alocados às empresas do sector empresarial público, num quadro de rigor, disciplina e parcimónia que, em geral, se impõem à execução da despesa pública”, referiu a ministra.
Por esta razão, a governante defende que as empresas de que o Estado é accionista devem procurar ser mais eficientes nas suas operações, maximizar a rentabilidade dos seus activos e promover o desenvolvimento da economia nacional.
O universo do SEP para o ano 2021 foi composto por 88 empresas, sendo 68 empresas públicas, 16 empresas, com domínio público, e quatro participações.KAM/MAG/NE