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Receitas do Turismo caem em mais de 52 por cento

     Economia              
  • Cunene • Segunda, 25 Janeiro de 2021 | 17h14

Ondjiva - Um milhão, 693 mil e 039 kwanzas é a receita arrecadada em 2020, pelo sector de hotelaria e turismo na província do Cunene, um decréscimo de um milhão, 513 mil e 959 kwanzas em relação a 2019.

O valor resulta do licenciamento e renovação de licenças de oito empresas do ramo de restauração e similares, que geraram 42 postos de trabalho.

Em declarações à Angop, o director do gabinete da Juventude e Desporto, Hotelaria e Turismo do Cunene, Marcelino dos Santos, disse que os indicadores apontam para uma redução de 52,79 por cento, em consequência da covid-19.

Lembrou que as medidas de prevenção do vírus ditaram o encerramento das fronteiras e o confinamento social, que acabaram por restringir significativamente os serviços hoteleiros.

Face a situação, referiu, registou-se ao encerramento de 13 unidades hoteleiras e o despedimento de 62 pessoas.

Apesar destes indicadores, realçou que o gabinete tem como desafio para 2021, tornar as zonas turísticas mais atractivas, visando a promoção das potencialidades da região.

Para tal, realçou a necessidade das administrações locais trabalharem na melhoria das vias de acesso às zonas turísticas da região, como as Quedas do Ruacana, Monte Negro e Parque da Mupa.

Hoteleiros estimam perdas acima de 90 porcento

Com as medidas de restrições impostas pela Covid-19, os gestores da rede hoteleira na cidade capital do Cunene apontam perdas acima de 90 por cento das receitas durante o ano de 2020.

Em declarações à Angop, o director geral do Hotel “Águia Verde”, Pedro Brandes, disse que, de Março a Dezembro de 2020, o registo de hospedes foi nulo e o restaurante reduziu a produção.

De acordo com o responsável está exigência prejudicou em grande medida às finanças das empresas, com a queda de facturação mensal abaixo dos cinco por cento.

Com isso, a facturação mensal que anteriormente era de até 10 a 15 milhões de kwanzas, passou a ser de menos de um milhão, graças a realização de alguns eventos e refeições.

Lembrou que a província do Cunene é tida como ponte de entrada e saída de nacionais e estrangeiro de Angola para outros países da SADC por via terrestre, sendo que grande parte dos clientes dos hotéis são provenientes de Luanda, Namíbia e África do sul.

Pedro Brandes disse que as dificuldades obrigaram também a dispensar os trabalhadores, em tempo integral, optando pelo regime de rendas, com um número de apenas 45  trabalhadores dos 100 controlados.

"O que temos feito é pagar pelo menos o salário básico para que consigam sobreviver durante este período e evitar despedimentos”, sustentou.

Por sua vez, João Baptista, inspector-geral da “Vila Okapale”, indicou que em função da pandemia o volume de receitas caíram entre 90 a 97 por cento, com uma taxa de ocupação dos quartos de menos de dois por cento.

O gestor conta que desde o inicio da pandemia, houve meses sem um único hóspede, criando varias dificuldades à empresa que têm encargos de imposto, energia, água, manutenção da infra-estrutura e compromissos com trabalhadores.

A província do Cunene tem uma capacidade de alojamento de 589 quartos disponíveis, perfazendo 707 camas, distribuídos em dois hotéis de duas estrelas, 36 pensões, nove hospedarias, bem como 165 bares e similares.





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