Talatona – O director do Instituto dos Serviços de Veterinária (ISV), Henrique Gimi, alertou na quinta-feira, em Luanda, que as doenças transmissíveis entre animais e humanos (zoonoses), como a raiva e a brucelose, continuam a ser um problema de saúde pública.
Segundo o responsável, que falava à Angop, no final do seminário sobre "Priorização de cinco zoonoses em Angola", estas patologias ainda continuam a afectar, sem avançar números, uma grande franja da sociedade, sobretudo a brucelose, que no sul do país é diagnosticada com frequência.
Adiantou que a tuberculose, cisticercose (ténia) e a antrax (carbúnculo) fazem parte também das zoonoses mais proeminentes e com a identificação dessas doenças vai se puder melhorar os serviços de vigilância, bem como rastrear e capacitar os laboratórios com equipamentos modernos.
A maioria da população, prosseguiu, não tem conhecimento das zoonoses, do seu impacto, e deu como exemplo o consumo de leite cru, sem ser esterilizado, o que causa abortos no último trimestre da gravidez e infertilidade.
Henrique Gimi alertou que os sintomas da malária, em alguns casos, são semelhantes ao do forum animal, daí a necessidade de mais divulgação para o imediato acompanhamento médico-medicamentoso.
Workshop
O responsável ISV, tutelado pelo Ministério da Agricultura e Florestas, considerou a realização do evento de histórico por agregar técnicos de vários pelouros, como da saúde, pecuária e do ambiente, bem como ajudar na criação de um grupo técnico com vista a montar as “antenas epidemiológicas" para dar respostas a várias questões.
O workshop com o tema “Priorização de Cinco Zoonoses em Angola", teve duração de quatro dias, e participaram especialistas das províncias de Luanda, Malanje, Huíla, Huambo e professores universitários.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define as zoonoses como “doenças ou infecções naturalmente transmissíveis entre animais vertebrados e seres humanos”.