Investidura: Economista espera redução da taxa de inflação

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  • Luanda • Quarta, 14 Setembro de 2022 | 15h04
Indústria (Foto ilustração)
Indústria (Foto ilustração)
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Luanda – O economista angolano Olavo Quintas defendeu esta quarta-feira, em Luanda, que o futuro Executivo priorize, no quinquénio 2022-2027, a questão da redução da taxa de inflação e do aumento da produção nacional.

De acordo com dados oficiais, até Maio de 2022, a taxa de inflação posicionou-se em 24,42 por cento.  

Ao falar à ANGOP, a propósito da investidura do Presidente da República eleito, João Lourenço, o espelialista considerou necessário que se faça maior investimento no sector não petrolífero, visando o aumento do emprego e controlo da taxa de câmbio, que teve uma redução de 150 (2017) para 10 por cento (2021), na diferença entre o mercado oficial e o informal.

Entende que o aumento da produção nacional vai servir para tornar a economia auto-suficiente, principalmente nos produtos da cesta básica, permitindo a recuperação do poder de compra das famílias.

Realçou ser fundamental criar políticas que visam o enquadramento dos jovens no mercado de trabalho, de acordo os seus respectivos níveis de instrução escolar e técnico profissional.

“Para os próximos 5 anos se espera que o Executivo dê continuidade a execução das políticas e programas que na anterior governação estavam em curso”, disse.

Em termos de perspectiva económica, acrescentou, a dependência externa da economia angolana ainda é muito elevada, tanto pelo facto de haver pouca produção interna, como pelo facto do peso da Dívida Pública Externa sobre o PIB ser muito significante.

O stock da dívida pública, em relação ao PIB, saiu de 21 por cento (2020) para 84 (2021).

Neste contexto, continuou, o Executivo deve continuar a fomentar a produção nacional, promovendo a iniciativa empresarial privada e explorar ou buscar mais utilidade no sistema tributário nacional, no que concerne ao financiamento das despesas públicas de capital.

Por seu turno, o economista Vicente Costa, é de opinião que o Executivo deve prosseguir com as políticas económicas, iniciadas no mandato (2017-2022), sendo certo que deve continuar a criar condições para um bom ambiente de negócio, com uma atractividade cada vez maior.

“ Um bom ambiente de negócio conduzirá a presença de mais investidores, factor determinante para a contínua criação de novos postos de trabalho, redução da taxa de desemprego e a geração de rendimentos para as pessoas, as famílias e as comunidades”, asseverou.

Disse ser importante o fomento de mecanismos que sejam menos burocráticos, com vista a atribuição do crédito para a acelerar a diversificação da actividade produtiva e o aumento da produtividade, a fim de alavancar a economia nacional.

Em sua opinião, uma eventual descontinuidade das políticas actuais, significará o retrocesso profundo em tudo quanto foi conseguido, em termos de credibilidade internacional e, por outro lado, a perda de confiança dos operadores que investiram no país.

“Este é um cenário que não acredito que irá acontecer com este novo Exeutivo, na medida em que quem administra o país estará permanentemente atento ao desenvolvimento dos cenários internacionais (política e economia e não só) fazendo atempadamente a leitura técnica que se exige a todo momento, já que vivenciamos a época da globalização”, reforçou.

Vicente Costa perspectiva uma economia assente essencialmente no lado real da economia, onde as empresas privadas ou públicas devem fornecer produtos e serviços de qualidade, que atendam a procura e com preços que satisfaçam as expectativas das pessoas, famílias e comunidades.

João Lourenço, reeleito no sufrágio de 24 de Agosto último, na qualidade de cabeça-de-lista do MPLA, será empossado esta quinta-feira, na Praça da República, para um segundo mandato de cinco anos, ante um contexto social e económico ainda de grandes.

A tomada de posse do Presidente reeleito, que coincidirá com a da Vice-Presidente da República eleita, Esperança Costa, representa o último passo de um processo eleitoral marcado por uma grande disputa, de que resultou a maioria absoluta conseguida pelo MPLA.   

As eleições de 24 de Agosto decorreram num dos piores quadros macroeconómicos da história do país, com problemas sociais e económicos inadiáveis, que os angolanos esperam ver resolvidos ou, no mínimo, reduzidos, no quinquénio 2022-2027.  



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