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Internacionalização do Aeroporto da Catumbela “catapulta” Benguela

     Economia              
  • Benguela • Quinta, 28 Novembro de 2024 | 21h21
Aeroporto Internacional da Catumbela
Aeroporto Internacional da Catumbela
Tarcísio Vilela-ANGOP

Benguela – Com capacidade projectada para 2.2 milhões de passageiros por ano, a internacionalização do Aeroporto da Catumbela, cuja certificação ICAO7 está prevista para esta sexta-feira, 29, é aguardada com grande expectativa pela classe empresarial da província de Benguela.

Após doze anos de espera, o também conhecido como Aeroporto Paulo Teixeira Jorge, está à beira de alcançar a certificação ICAO7 ((International Civil Aviation Organization, na sigla em inglês), que permitirá a operação de aeronaves com comprimento fora-a-fora entre 39 e 49 metros (exclusive) e largura máxima da fuselagem de cinco metros.

Trata-se, na verdade, de aeronaves como Boeing 737-900, uma versão alongada do popular 737, com capacidade para transportar mais passageiros em rotas de médio alcance; o Airbus A321, uma aeronave de corredor único que é amplamente utilizada em voos domésticos e internacionais de curta e média distância.

Ainda inclui o Boeing 757-200. Conhecido por sua eficiência em rotas transcontinentais, este modelo é frequentemente utilizado por companhias aéreas para voos de médio alcance.

Já os aviões da TAAG em rotas intercontinentais (Lisboa ou São Paulo), o Boeing 777, que tem um comprimento de aproximadamente 63 a 74 metros e uma largura de fuselagem de cerca de 6,2 metros, excede essas dimensões e, portanto, não se enquadra na categoria ICAO7.

Em relação aos aviões da TAP que fazem Lisboa \ Luanda \ Lisboa, o Airbus A330-900neo, com um comprimento de aproximadamente 63,66 metros e uma largura de fuselagem de 5,64 metros, excede as dimensões permitidas pela categoria ICAO7, que limita o comprimento fora-a-fora a 49 metros e a largura máxima da fuselagem a 5 metros.

Portanto, sob as atuais limitações de certificação ICAO7, o A330-900neo não pode operar no Aeroporto Internacional Paulo Teixeira Jorge.

Ora, a certificação ICAO7 é um passo crucial para a expansão das capacidades do aeroporto, que já é um importante empreendimento na província de Benguela e o novo cartão-de-visita.

Esta certificação não só aumentará a capacidade operacional do aeroporto, mas também fortalecerá a sua posição como uma alternativa viável ao Novo Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto, em Luanda.

Condições do aeroporto

Destaca-se uma infra-estrutura de aeródromo eficiente, como sistema AGL para operações noturnas; sistema de pouso por instrumento (ILS) de CAT I ( na RWY 20) aprimora as operações em condições de baixa visibilidade; pista táxi totalmente paralela, com projecto planejado para operação do código E.

O Aeroporto Internacional da Catumbela oferece maior capacidade de assistência em aeródromo após Luanda com 12 stands cod E; possibilidade de suportar aeronaves de grande porte ( larger widebodies); avaliação preliminar da capacidade: o CBT é capaz de atender pelo menos 2.0 MPPA e com nível de serviço ( LoS ) razoável.

Há ainda o terminal de passageiros moderno com capacidades de operações internacionais e outras infra-estruturas associada e Instalações de movimentação de carga reforçam a posição do CTB para atrair transportadoras estrangeiras, e potenciais negócios de carga;

Benefícios da certificação

Com a nova certificação, o Aeroporto Internacional Paulo Teixeira Jorge estará apto a receber uma gama mais ampla de aeronaves, incluindo modelos de médio porte que são essenciais para o transporte de passageiros e cargas.

Esta expansão é vital para atender à crescente procura de serviços aéreos na região e melhorar a conectividade com outras partes do mundo.

A certificação ICAO7 do Aeroporto Internacional Paulo Teixeira Jorge representa um avanço significativo para a aviação em Angola, porquanto não só melhorará a infra-estrutura e a capacidade operacional do aeroporto, mas também trará benefícios económicos e sociais duradouros para a província de Benguela e para todo o sul do país.

Impacto económico e social

Acredita-se que a certificação ICAO7 do Aeroporto Internacional Paulo Teixeira Jorge terá um impacto positivo na economia local e nacional, pois aumentará a capacidade de transporte de cargas, facilitando o comércio e a exportação de produtos angolanos.

A melhoria das condições da infra-estrutura aeroportuária e o aumento da procura atrairá mais companhias aéreas, impulsionando o sector de turismo e serviços na região.

Realmente, a certificação para voos internacionais do Aeroporto da Catumbela de Benguela está a animar os empresários, interessados em exportar produtos que gerem receitas como o peixe, sal e hortofrutícolas para outros mercados, como o europeu.

Com potencial de trazer desenvolvimento para Benguela e transformar significativamente a sua economia, principalmente sectores-chave como o turismo, pescas, agro-pecuária e o comércio, o Aeroporto da Catumbela vai atrair mais turistas para uma região que quer crescer cada vez mais.

Dessa forma, o Aeroporto Internacional da Catumbela afirmará a província de Benguela como o segundo maior pólo de turismo e hotelaria. Com efeito, só este ano, recebeu mais de trinta mil turistas, entre residentes e viajantes de outros países.

O Aeroporto da Catumbela foi inaugurado em Agosto de 2012, entre as cidades de Benguela e do Lobito, e é considerado como alternativa para o Novo Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto (AIAAN). Está distanciado da capital do país cerca de 670 quilómetros.

Trata-se de uma moderna infra-estrutura aeroportuária, com uma pista de três mil e 700 metros de comprimento e 45 de largura, capaz de receber, em simultâneo, três aviões de grande porte como o Boeing 777-300 em horas de pico (3 (mas não permitido com categoria ICAO7).

O processo de internacionalização do Aeroporto da Catumbela, na província de Benguela, constitui uma das prioridades do Executivo angolano, tendo em vista a promoção do desenvolvimento económico e social do país, em geral, e desta região, de modo particular.

Uma das vantagens, por exemplo, é que, após a certificação internacional do Aeroporto Paulo Teixeira Jorge, poderá haver voos directos entre Benguela e Lisboa, no quadro do interesse das autoridades governamentais na província de Benguela.  

Em Julho, aquando da visita a Benguela do Primeiro-ministro português, Luís Montenegro, o então governador provincial, Luís Manuel da Fonseca Nunes, assumiu que as autoridades tinham total interesse em voos directos entre Benguela e Lisboa, após a certificação internacional do Aeroporto da Catumbela. 

No entendimento do governador cessante, a certificação do Aeroporto da Catumbela para voos internacionais ficaria concluída até finais deste ano, facto que contribuirá no fortalecimento da cooperação económica entre Angola-Portugal.

Receitas previstas

Datado de 2016, um estudo das autoridades governamentais da província de Benguela apontava que o processo de internacionalização do Aeroporto da Catumbela, que prevê a exportação de peixe e hortícolas para outros mercados, como o europeu, poderia render ao Estado um encaixe anual de mil milhões de dólares.

Haja vista que no processo de diversificação económica da província de Benguela, o Aeroporto da Catumbela é como que a “chave-mestra” e que pode representar, estimativamente, a injecção de mil milhões de dólares por ano, com uma receita fixa de 400 milhões a ficar em Benguela.

A certificação ICAO7 do Aeroporto Internacional Paulo Teixeira Jorge é, assim, “a ponta do iceberg” de uma ambiciosa estratégia de desenvolvimento do Governo, que tem em vista tornar Benguela a pérola do Atlântico Sul. JH/CRB 

 





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