Informalidade abrange 80% de trabalhadores africanos - OIT

     Economia           
  • Huíla     Quarta, 27 Março De 2024    16h30  
Dan Cunniah, OIT
Dan Cunniah, OIT
Amélia Oliveira - ANGOP

Lubango - Pelo menos 80 por cento dos trabalhadores africanos estão na economia informal e 29 são considerados "pobres", com rendimentos a baixo dos 2,15 dólares/dia, segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), revelados hoje, quarta-feira, no Lubango, Huíla (Angola), pela instituição.

Os dados foram avançados pelo director interino da equipa da Agenda de Trabalho Digno para a África Oriental e Austral da OIT, Dan Cunniah, na Reunião dos Ministros do Emprego e Trabalho da Comunidade para Desenvolvimento da África Austral (SADC) e Parceiros Sociais.

A fonte afirmou que as estimativas apontam que o crescimento económico africano será de 3,8 por cento e em 2024, a projecção era de 1,4, contudo, apesar deste desenvolvimento económico “modesto”, as deficiências em termos estruturais continuam a existir e impactam a criação de emprego.

A OIT afirma que os números de 2024 indicam que 75,8 milhões de jovens não estão a trabalhar, tampouco em formação, o que equivale a 26,6 de jovens no continente.

Destacou que a cobertura à protecção social é “muito” baixa, havendo disparidades, quer entre países, como entre grupos etários, ou seja, os Estados continuam a debater-se com problemas de migração laboral, disparidade económicas, instabilidade política que forçam o movimento da força de trabalho e a emigração irregular, assim como o tráfico humano e exploração de mão-de-obra.

Encorajou aos Estados-membro da SADC a solicitarem apoio, com vista a analisarem os respectivos mercados de trabalho e a utilizarem esses dados nas políticas implementadas.

Para melhorar a vida dos vários grupos de pessoas, disse o oficial, é importante captar informação sobre vários conglomerados etários, comparar a situação com a população nacional e trabalhar para mudar a vida de pessoas vulneráveis no mercado de trabalho e da população, em geral.

Enalteceu os avanços feitos, no entanto, ainda há espaço para a melhoria e a OIT está comprometida a trabalhar com os Estados, para auxiliá-los a medir os avanços registados e alcançar o trabalho decente.

Encorajou ainda os Estados-membro a garantir que as afectações orçamentais e a mobilização de recursos estejam alinhadas com as decisões ministeriais, para que sejam dadas prioridades e com isso alcançar os resultados em matéria de trabalho digno.

Dan Cunniah referiu que para promover o crescimento económico na SADC, as instituições como os sindicatos independentes e as organizações que representam o empresariado devem agir, não só como vigilantes, mas na denúncia das regras, sobretudo, atropelos aos direitos ao trabalho e direitos humanos. EM/MS





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