Luanda – A taxa de inflação anual em Angola situou-se em 29,17%, em Outubro deste ano, uma percentagem considerada mais baixa dos últimos seis meses, apesar de ainda estar acima da meta de 23% projectada para até o final de 2024, segundo dados do Governo angolano.
De acordo com uma nota de imprensa a que a ANGOP teve acesso esta sexta-feira, a redução gradual da inflação resulta do trabalho que tem sido desenvolvido pelo Executivo, através da estabilização de preços de bens de primeira necessidade e do fortalecimento do sector agrícola.
O Governo destaca que também concorrem para a diminuição dos preços, entre vários factores, o estímulo à produção nacional, com realce ao milho, arroz e óleo vegetal, bem como a regulação do mercado interno, factores que permitiram estabilizar os preços dos produtos básicos.
Realça, igualmente, que a diversificação económica, com ênfase no sector agrícola, continua a ser uma das prioridades estratégicas do Executivo, com a produção de 26,9 milhões de toneladas de produtos diversos, durante a campanha agrícola 2023/2024, registando um crescimento de 4,6% em comparação com a safra anterior.
Dessa produção, as raízes e os tubérculos representaram 14,5 milhões de toneladas, um aumento de 5,5%.
Para sustentar esse crescimento, o Governo tem implementado medidas estruturais, como o melhoramento das estradas secundárias e terciárias para facilitar o escoamento de produtos, o apoio financeiro aos pequenos agricultores e grandes investidores.
Com mais de dois milhões de hectares disponíveis e a introdução de práticas modernas de cultivo, assim como a mecanização para maximizar a produtividade, estima-se que mais de 350 mil novos postos de trabalho tenham sido gerados no sector agrícola, em 2024, reforçando o papel da agricultura como motor de desenvolvimento económico e social em Angola.
Com isso, o Governo vai continuar a estar determinante para a implementação de políticas que promovem a estabilidade económica e o bem-estar social, além de manter a aposta na produção agrícola, na protecção social e no investimento em infra-estruturas.
Por outro lado, o Executivo recorda que, durante o primeiro semestre de 2024, o Produto Interno Bruto (PIB) de Angola cresceu, em média, 4,1%, um desempenho não registado desde 2015. Este crescimento foi impulsionado, sobretudo, pelo sector não petrolífero, como a agricultura e a indústria transformadora.
Outra nota de realce que visa aliviar o custo de vida das famílias está relacionada com Orçamento Geral do Estado (OGE) 2025, que projecta receitas e despesas de 34,63 biliões de kwanzas, representando um aumento expressivo de Kz 24,7 biliões, comparativamente ao ano 2024.
Esse crescimento reflecte o compromisso do Executivo com o reforço dos sectores prioritários, como saúde, educação e infra-estruturas, considerados essenciais para o desenvolvimento sustentável.
Entre os destaques do OGE/2025 está a alocação de 450 mil milhões de kwanzas para o Plano Nacional de Alimentação Escolar, que visa beneficiar milhões de crianças em idade escolar, aliviando a pressão sobre os rendimentos familiares.
O défice fiscal previsto é de 1,65% do PIB, ligeiramente acima dos 1,46% de 2024, mas dentro dos parâmetros considerados controlados, refere o Governo. QCB