Luanda – O facto do Produto Interno Bruto (PIB) angolano registar um crescimento de 5,5%, no 3º trimestre de 2024, face ao período homólogo de 2023, constituiu um dos principais assuntos que dominou o noticiário económico da ANGOP, nesta semana, que hoje, sábado, termina.
De acordo com a Folha de Informação Rápida (FIR), publicada pelo INE, em termos numéricos, em três meses (Julho, Agosto e Setembro de 2024), o PIB totalizou 21 040 607 milhões de kwanzas, sendo Kz 275 030 milhões correspondem aos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.
No mesmo período de 2023, este produto teve o valor de Kz 17 054 868 milhões.
No sector das telecomunicações, o destaque foi a classificação da multinacional angolana Angola Cables como a 21ª maior operadora global de interconexões de internet pelo Center for Applied Internet Data Analysis (CAIDA).
Com mais de 70% do tráfego de internet em África que passa por pontos da rede dessa empresa, Angola Cables tornou-se o operador mais interconectado entre as nações da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
A empresa também é responsável por 1% do tráfego global, com uma infra-estrutura robusta que processa mais de 18.488 Tbps, conectando, directamente, cinco regiões: África, Europa, América Latina, Estados Unidos de América e Ásia, além de garantir alta conectividade, baixa latência e resiliência.
Outro assunto que também se destacou, nos últimos sete dias, foi o encerramento definitivo do posto fluvial do Kimbumba, no município do Soyo, província do Zaire, por falta de condições de operacionalidade.
O facto foi anunciado pelo ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Furtado, durante a reunião de balanço da Comissão Multissectorial, tendo orientado a transferência de todos os serviços ali prestados para o novo Terminal Fluvial do Soyo.
Na ocasião, Francisco Furtado orientou a Polícia Nacional a instalar um posto na zona do Kimbumba, para impedir que as pessoas continuem a utilizar este espaço que servia para o transporte de passageiros e carga para a RDC e para a província de Cabinda, Norte de Angola.
No domínio pecuário, a nota de realce foi a apresentação do Plano Estratégico do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica em Saúde Animal (PESNVESA), orçado em cerca de 232,5 milhões de dólares.
A implementação desse plano, apresentado pelo Ministério da Agricultura e Florestas, em parceria com o Ministério da Saúde, visa fortalecer e proteger a saúde animal, humana e ambiental, contando com o apoio técnico e financeiro do Projecto de Melhorias dos Sistemas de Vigilância Regional (REDISSE IV Angola) e outros parceiros.
A ser implementado de forma faseado ao longo de cinco anos, o seu investimento permitirá criar respostas rápidas e eficazes às emergências de saúde animal, assim como servirá para promover o acesso aos mercados internacionais e contribuir para o desenvolvimento do sector agro-pecuário angolano.
Sob o lema “Fortalecendo a saúde animal, humana e ambiental em Angola”, o referido documento está alinhado com o Plano Nacional de Desenvolvimento, a Estratégia de Desenvolvimento da Pecuária em África e com a agenda 2063 da União Africana, promovendo uma visão integrada na agenda regional e global.
Os últimos sete dias ficaram, igualmente, marcados com a integração da petrolífera internacional Azule Energy, que opera em Angola, no grupo de quatro empresas que vão explorar petróleo no Bloco 2914A offshore, localizado na bacia Orange da Namíbia, onde, desde 2022, foram feitas inúmeras descobertas de hidrocarbonetos.
Com essa integração a Azule Energy Exploration Angola detém, oficialmente, um interesse participativo de 42,5% nesse bloco, igual percentagem da companhia Rhino Resources Namibia, na qualidade de operador, enquanto a petrolífera Namcor Exploration and Production conta com 10% e a Korres Investments tem 5% das acções.
O acordo, celebrado no formato “joint venture” (junção de duas ou mais empresas), permite que a Azule Energy tenha a opção de se tornar operador para a fase de desenvolvimento, com a manutenção do plano de perfuração de dois poços de alto impacto, segundo uma nota de imprensa a que a ANGOP teve acesso esta sexta-feira.
Outra temática de destaque foi o facto da Zona Económica Especial (ZEE) licenciar, este ano, cerca de 33 empresas da economia, com realce para o sector alimentar e farmacêutico.
Com esse licenciamento, a zona passa a contar com 189 empresas que actuam em diversos sectores, com destaque para a indústria, comércio e serviços.
No quadro financeiro, o destaque foi a disponibilização de mais de seis mil milhões de kwanzas, este ano, pelo Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Agrário (FADA), para apoiar seis fazendas âncoras angolanas.
Esse financiamento foi feito no âmbito da implementação do memorando de entendimento celebrado entre o FADA e seus parceiros, que resultou na produção de mais de nove mil toneladas de produtos agrícolas, com realce para o arroz, milho, trigo e a batata rena.
De acordo com a PCA do FADA, que falava no final do encontro de balanço sobre a implementação dos acordos celebrados com os parceiros, no período em referência foram assinados 13 memorandos de entendimento com diversas fazendas âncoras, das quais seis beneficiaram de um financiamento superior a 6 mil milhões de kwanzas. QCB