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Empresa investe em fábrica de descasque do café na Gabela

     Economia              
  • Cuanza Sul • Quinta, 21 Novembro de 2024 | 13h06
Filipe Santos, responsável da empresa IMOMUCUA
Filipe Santos, responsável da empresa IMOMUCUA
Luis Catraio-ANGOP

Gabela – A conclusão da montagem da fábrica de descasque de café comercial, com a capacidade para 120 toneladas/mês, está prevista para Dezembro próximo, na Gabela, província do Cuanza-Sul, informou, esta quinta-feira, o responsável da empresa IMOMUCUA, Filipe Santos.

Em declarações à ANGOP, o responsável disse que a unidade fabril em implantação numa área de 10 mil metros quadrados, conta com uma execução física de 90 por cento, sendo parte inicial de um investimento privado orçado em um milhão e meio de dólares norte-americanos.

O empresário adiantou que o projecto prevê 12 empregos directos e centenas indirectos, com o objectivo de reforçar a capacidade produtiva dos cafeicultores e aumentar o volume de processamento do café comercial.

“Pretendemos assegurar que a transformação do café no município do Amboim, na base das diferentes fases da sua cadeia de valor, a partir do próximo ano, seja feita em maior escala, com a entrada em funcionamento desta unidade de descasque e processamento”, salientou.

Segundo Filipe Santos, o projecto tem base na actividade dos cafeicultores do Amboim, Conda, Seles e Quilenda, para, quando estiver concluída a primeira das três fases de implementação, dar-se início ao processamento de 120 toneladas de café comercial/mês.

"É nestas regiões onde nós tiramos o café robusta Amboim e será este o processo que vai abastecer a unidade que pode estar concluída ainda no final deste ano, altura em que serão feitos os ensaios de processamento do café comercial", acrescentou.

O projecto prevê a construção de diferentes áreas de trabalho, como laboratório, área administrativa e sala de formação para os cafeicultores.

Filipe Santos disse ser fundamental que o governo continue a gizar políticas de incentivo à produção do café, com destaque para o local, cuja qualidade motivou a implantação do projecto no Amboim.

No quadro do relançamento da produção e comercialização deste produto exportável, a transformação do café, com base na cadeia de valores do produto, continua a ser aposta dos empresários do sector, que têm o Amboim como uma região para a implantação de projectos de referências superiores.

Historial do Café no Cuanza-Sul

A produção do café no Cuanza­-Sul iniciou no município do Amboim (Gabela) em 1893 na comunidade do Assango e até 1923 a produção atingiu uma tonelada e meia deste produto comercial com três mil famílias envolvidas na cafeicultura.

Com a conclusão do Caminho-de-Ferro, em 1923, a produção foi aumentando, atingindo sete mil toneladas que, gradualmente, era armazenada na cidade do Porto Amboim, onde era exportada para Portugal, Estados Unidos, Inglaterra e Holanda.

Em 1960 a produção atingiu 14 mil toneladas e já na década de 1970 chegou a 40 mil toneladas de café fruto da melhoria do comércio rural. Após a independência a produção caiu e só em 1980/1990 passou-se a produzir entre 700 a mil toneladas.

No Amboim das 170 fazendas de café cadastradas, porém apenas em 30 produz com regularidade,  o que perfaz uma área de dois mil hectares de camponeses e mais de 500 hectares de empresas agrícolas.

O projecto abrangeu as principais zonas produtoras do café no Cuanza Sul (Cela, Amboim, Cassongue e Quibala)  e, actualmente, a província produz  mais de três mil toneladas de café comercial. LC/ALH





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