Talatona - O Instituto Geológico de Angola (IGEO) e a instituição britânica British Geological Survey (BGS) assinaram, esta segunda-feira, em Luanda, um memorando de entendimento para apoiar o desenvolvimento sustentável do Corredor do Lobito.
A British Geological Survey (BGS) é uma das principais instituições globais de pesquisa geológica, com décadas de experiência na análise de processos ambientais e terrestres.
O acordo ora rubricado, com duração inicial de três anos renováveis, tem como objectivo a gestão dos impactos ambientais e a resiliência da região às mudanças climáticas.
O protocolo foi assinado pelo Presidente do Conselho de Administração do IGEO, José Manuel, e pela representante britânica Kathryn Goodenough, durante um workshop sob o lema “Geociências e Cooperação Internacional: Inovação para um Desenvolvimento Sustentável ao Longo do Corredor do Lobito”.
A cooperação visa, igualmente, o reforço do compromisso entre os dois países, na pesquisa geológica e na exploração sustentável dos recursos naturais.
Na abertura do workshop, o secretário de Estado para os Recursos Minerais, Jânio Corrêa Víctor, destacou a relevância da iniciativa e reconheceu que o Corredor do Lobito é uma rota fundamental para a integração regional, o comércio internacional e o crescimento da economia angolana.
Nesta senda, o embaixador do Reino Unido em Angola, Bharat Joshi, que testemunhou o acto, salientou que a parceria entre o IGEO e BGS teve início em 2024 e pretende ampliar a compreensão sobre recursos minerais, águas subterrâneas e riscos geológicos ao longo do corredor.
“O Reino Unido valoriza o respeito mútuo na cooperação com Angola. Estamos a trabalhar para desenvolver um crescimento sustentável e inclusivo a longo prazo, para ambos os países”, disse.
Para o PCA do IGEO, José Manuel, com a assinatura do memorando, as duas agremiações passam para a fase seguinte, que é a implementação do projecto, com pesquisas mais detalhadas, troca de conhecimento técnico e estratégias para garantir uma exploração sustentável dos recursos naturais ao longo do Corredor do Lobito.
Potencial geológico do Corredor do Lobito
Ao intervir no acto, sobre o tema o ”Potencial Geológico do Corredor do Lobito”, o Administrador Técnico do IGEO, Américo da Mata, disse que as empresas de renome já realizam prospecção e identificaram recursos valiosos como quartzo, diamantes, ouro e cobre, frisando que a região que liga Benguela ao Luau, é geologicamente rica e estudos estão a ser aprofundados para atrair mais investimentos.
Fez saber que os estudos apontam que Benguela apresenta forte potencial para agro-minerais e quartzo, enquanto o Huambo é rico em ouro, e o Luau notabiliza-se pela presença de cobre.
O evento debateu ainda temas como a "Aplicação de sensoriamento remoto nas geociências", "Risco de deslizamentos de terra ao longo do Corredor do Lobito" e a "Gestão de águas subterrâneas e recursos hídricos".
O workshop reuniu técnicos do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás (MIREMPET), representantes da Embaixada britânica em Angola e especialistas do sector. Giz/AJQ
