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IFC assegura apoio às Parcerias Público-Privadas em Angola

     Economia              
  • Luanda • Terça, 20 Agosto de 2024 | 17h54
Vice-Presidente da Associação Financeira Internacional do Banco Mundial, Sérgio Pimenta
Vice-Presidente da Associação Financeira Internacional do Banco Mundial, Sérgio Pimenta
Nelson Malamba - ANGOP

Luanda – O vice-presidente da Corporação Internacional Financeira, Sérgio Pimenta, manifestou, esta terça-feira, em Luanda, o interesse desta instituição do grupo Banco Mundial de apoiar Angola no desenvolvimento de projectos prioritários, através das Parcerias Público-Privadas (PPP).

Ao intervir na mesa-redonda sob o lema “As Parcerias Público-Privadas no caminho do desenvolvimento sócio-económico sustentável”, o responsável sublinhou ser necessário a criação de reformas para apoiar a inovação das políticas nacionais e incentivar as PPP.

Para isso, Sérgio Pimenta realçou que a IFC e o Banco Mundial continuam empenhados no reforço da mobilização de capital para projectos que apoiam o desenvolvimento económico no país.

Afirmou que os serviços de assistência técnica para transacções do IFC em Angola têm apoiados os planos do Governo angolano, com realce para a alienação da sua participação na operadora de telefonia móvel Unitel, incluindo uma possível cotação na bolsa de valores.

Acrescentou que se espera um desinvestimento governamental “bem-sucedido” na Unitel e se aumente a concorrência, estimulando o desenvolvimento de novos subsectores, com vista a impulsionar à digitalização da economia angolana.

Recordou que, nos últimos anos, a IFC tem demonstrado o seu compromisso em trabalhar com os países africanos de língua oficial portuguesa, reforçando a sua presença em Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique.

Essa presença, referiu, tem servido para impulsionar investimentos em sectores estratégicos, como energia, transportes, digitalização, agro-negócio, turismo e serviços financeiros.

Reiterou que Angola oferece boas oportunidades de apoio aos sectores da saúde, energia, dos transportes e das comunicações.

De acordo com a fonte, esses sectores constituem-se factores fundamentais para o crescimento económico sustentável e inclusivo do país, com potencial para criar emprego e aumentar a produtividade de outros sectores, assegurando simultaneamente a prestação de serviços públicos críticos para o desenvolvimento social.

Realçou que, após a recuperação económica em 2023, a economia angolana deverá crescer 4,3%, em 2025, se os preços do petróleo permanecerem elevados e o sector não petrolífero responder positivamente às amplas reformas introduzidas pelo Governo nos últimos anos, incluindo tornar a taxa de câmbio mais sensível às condições de mercado.

Referiu que uma menor dependência da indústria petrolífera ajudaria a impulsionar o crescimento económico, criar bons empregos e melhorar as condições de vida da população angolana.

Por seu turno, o ministro dos Transportes, Ricardo D’Abreu, reiterou que o sector arrecadou, por via das PPP, mais de 380 milhões de dólares em prémios de concessão e USD 1.5 mil milhões em compromissos de investimento, nos últimos três anos.

Sublinhou que o valor poderá aumentar em função da assinatura prevista para este ano da extensão do Corredor do Lobito para a Zâmbia.

Acrescentou que o projecto global da ligação à Zâmbia está estimado em 5,2 mil milhões de dólares.

Segundo o ministro, esse factor coloca Angola num posicionamento muito importante na Região da SADC e para a economia global.

Avançou que o sector dos transportes, em função do plano director, perspectiva que as obrigações de investimento possam, nos próximos 20 anos, cobrir com 1,4% por ano do Produto Interno Bruto para as PPP.

A mesa-redonda sobre as PPP teve como objectivo estabelecer um alinhamento de visão sobre as parcerias, enquanto instrumento de promoção do desenvolvimento sustentável e a partilha de experiências nos sectores da energia e água, transportes, estradas e saúde.

Durante o evento, a IFC apresentou os seus instrumentos disponíveis para apoiar a constituição de projectos de PPP bancáveis, assegurando que, em parceria com o Ministério das Finanças de Portugal, vai apresentar estudos de caso com as respectivas lições apreendidas no encontro.

Dados disponíveis apontam que a carteira de investimentos da IFC em Angola é, actualmente, de 68,5 milhões de dólares (o equivalente a 60,93 mil milhões de kwanzas), com foco na indústria transformadora, no agro-negócio e no aumento da disponibilidade de serviços financeiros no país, em particular para as pequenas empresas.

Para o ano fiscal de 2024, a IFC comprometeu um recorde de USD 56 biliões para empresas privadas e instituições financeiras, em países em desenvolvimento, alavancando soluções do sector privado e mobilizando capital privado para criar um mundo livre de pobreza em um planeta habitável.

Desde 2019, ano em que abriu o seu escritório em Angola, a IFC investiu mais de 500 milhões de dólares em projectos privados no país, com realce para área da saúde, educação e financeira.

A IFC é uma das instituições financeiras do Banco Mundial centrada no sector privado nos mercados emergentes. Presente em mais de 100 países, a instituição apoia a criação de mercados e oportunidades nos países em desenvolvimento, promovendo a melhoria da vida das pessoas. HM/QCB





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